quarta-feira, agosto 25

terça-feira, julho 27

A Generosidade

Anotações de uma aula de filosofia que eu fui. Tava tudo em tópico, então tentei juntar de um modo que não parecesse que foi anotado em tópico, mas deixei assim mesmo. Não quero ser muito profundo, tampouco cabeça demais, mas achei que ficou legal, e queria compartilhar com vocês, pois, ora, se não é a generosidade o compartilhar em caráter.

Generosidade é o contrário do egoísmo, a virtude do Dom [Dom do dinheiro ($) e Dom de si (magnanimidade)]. Não pode ser considerada prazer, já que o amor e a alegria caracterizam o prazer, generosidade é outra coisa. Um desejo pelo qual um indivíduo, a partir da razão se esforça em estabelecer laços de amizade com outros. As ações que visam apenas à utilidade do agente referem-se à firmeza. Os que visam igualmente à utilidade de outrem se refere-se à generosidade.

É o desejo e não a alegria. E a alegria é o que distingue a generosidade da caridade. A alegria é amizade compartilhada. O ódio deve ser vencido pelo amor, a tristeza pela alegria, e é o papel da generosidade esforçar-se para que isso ocorra.

Ser generoso é esforçar-se por amar e agir em conseqüência disso.

A generosidade não nos dá ao luxo de obtermos a beatitude nem a eternidade. O que intervém é uma moral da generosidade, que conduz a uma ética do amor.

Aquele que não é generoso é identificado como baixo, covarde, vil, mesquinho, avarento, egoísta... E a generosidade é o que separa as virtudes baixas, e nos liberta delas.

Generosidade somada à coragem pode ser heroísmo; somada à justiça se torna equidade; somada à compaixão, benevolência; somada à misericórdia vira indulgência; e somada à doçura, generosidade se chama bondade.

sexta-feira, julho 2

terça-feira, junho 29

Eu trabalho de Domingo.

Tudo bem que eu poderia parar meu post por aqui, vocês fariam um minuto de silêncio por mim, consolariam-me, dariam brigadeiros para eu não entrar em paranóia e tudo acabaria bem.
Mas hoje, não é essa a minha principal reclamação. O fato é que eu trabalho no restaurante dos meus avós há três anos, de Domingo, e tenho muita coisa para contar, porque acreditem, não é um emprego normal.
Não vou começar a discorrer sobre tudo. Vou direcionar meu texto e o foco dessa vez é:

TIPOS DE CLIENTES (e suas façanhas)

Sim. Porque eles surpreendem. Eles enervam. Eles divertem. Eles podem ser divididos em grupos.

Para vocês entenderem melhor o drama, aí vai uma rápida explicação sobre em que consiste meu trabalho: O esquema é tipo Spoleto, ou seja, o cliente monta sua própria massa. Eu sou a mocinha que coloca a massa no prato e depois na água quente e que coloca os ingredientes que ele escolher na frigideira. Só isso. Só isso? É o bastante, obrigada.

Tipo 1. Madrugador
Esse é aquele que chega cedo. Antes de mim. Antes do Venâncio (Sim, o nosso fogão tem um nome). Daí ele fica lá, horas esperando, contentando-se com porpetones e pão italiano. Quando a gente chega, ele fica ligadão, seguindo a gente com os olhos, enquanto preparamos as coisas. Sinto-me como uma lasanha. Não tiro a razão dele como cliente, ele foi lá, ele quer comer. Mas eu tiro a razão dele como pessoa, afinal QUEM ACORDA CEDO EM UM DOMINGO? Quando ele me vê colocando a luva, ele levanta, como quem não quer nada. Começa a rodear. Eu finjo que não vejo, afinal, eu já to puta da vida às 11am. Quando eu vou atendê-lo, ele já está tão ansioso que eu sinto que o momento mais feliz do dia dele é quando eu profiro a frase: “Bom dia, qual é a massa?”

Tipo 2. A criança
Eu estremeço quando elas chegam. Eu sei que vai dar merda. Umas já chegam colocando a mão no macarrão cru e comendo assim mesmo. Outras ficam mudas e as mães insistem que elas escolham o que elas querem. Dá vontade de falar: Minha senhora, se eu for ter que esperar tua filha abrir a boca pra falar que ela quer calabresa, me avisa que eu vou ler meu livro. Mas as piores são aquelas decididas, independentes, faladeiras. Elas já começam pecando na quantidade. Qualé, eu sei que uma criança não come muito. Um macaco treinado da NASA sabe. Então eu coloco pouco achando que né, ela não vai perceber, ou vai achar normal, mas não. Criança esperta é um inferno. Ela diz: “Não tia, eu quero mais”. Eu coloco. “Mais”. Eu coloco mais um fio de espaguete. “MAIS”. O prato transborda e eu começo já a pensar em dar uma lição de moral naquela criaturinha sobre crianças na África e afins.
Tem aquelas que não comem. Elas só ficam uma hora e meia ao lado do fogão, vendo meu pai tirar fogo do macarrão e gritando: IIhulllllllllll!!! Yes!!! Legal!!! E dando aqueles gritinhos fininhos que só os cachorros ouvem. Resumindo: NÃO SEI LIDAR.

Tipo 3. Os cegos
Não aqueles que têm cegueira mesmo. Mas aqueles que não sabem muito bem interpretar a imagem de um tomate seco, então eles perguntam: Isso é tomate seco? E eu: É. Até aí tudo bem, mas temos quase quarenta condimentos. Ele faz isso com pelo menos 70% deles. Agora, se fosse só eu ficar falando: É. É. Isso mesmo. Aham. Ok... Mas tem aqueles que chegam e falam: “Que que isso aqui?” Vou confessar agora, que, nesse momento, eu também tenho uma crise de interpretação, afinal, que que isso aqui o quê, meu filho? Os potinhos? Você quer saber o que se faz com isso? Você quer saber pra que servem, no que a gente usa? “Não moça, quero saber o que são” Todos? Você não sabe o que é nada? Desculpa mas, está meio que na cara que isso é azeitona... “É, todos.” E lá vai a camela aqui, falar o nome de quarenta comidas. Só que tem uma coisa: Quando eu começo, eu termino. Não importa que ele me interrompa, eu falo o nome dos quarenta. Não deixo ele falar. Nisso eu já estou vermelha e sem ar de raiva.

Tipo 4. O Jonas
Ele está sozinho no grupo. Porque ele é o Jonas. Ele chega, fala oi e como se já soubéssemos o que temos que fazer diz: "Já sabe, né? Hoje é talharine." Ok, eu não sabia, mas.... O que ele espera é que façamos a massa dele, que guardemos ou adivinhemos o que ele quer, que levemos na mesa para ele, tudo isso em meio à uma fila gigantesca. Ou seja: É humanamente impossível. Daí, né, a gente esquece. Então ele vem, cortando a fila, o que é um ultraje lá no restaurante (velhinhas de oitenta anos esperam pacientemente) e fala: E aí, cadê meu macarrão? Nesse momento que eu sei que eu me fodi, porque eu sei que o meu pai vai virar e falar: Faz o macarrão do Jonas. Querido papai, eu já teria feito se 1. EU SOUBESSE O QUE ELE QUER COMER (Vai que eu coloco azeitona e o cara é alérgico? E me desculpa, mas não sou obrigada a decorar o prato que o cara faz, NÃO SOU OBRIGADA nem que ele viesse todo Domingo) e 2. Ele pegasse a fila (ele não paga a mais, ele não tem problema nas pernas. Não existe razão para que ele não pegue a fila)

Tipo 5. As namoradas
Eu poderia falar dos casais em geral, mas eles não são o problema, eles não me irritam. O que me irrita é um tipo específico de namorada: Aquela sem opinião. Quer dizer, ela não sabe o que ela quer comer. Aliás, ela sabe: Ela quer comer o que ele quer que ela coma. Tipo: Manda em mim, amor. Chega a vez dela, eu pergunto “Qual é a massa?”, o semblante dela se torna desesperador. Ela fica quinze minutos olhando os tipos de macarrão. Eu espero, olhando para as pessoas atrás dela na fila do tipo: Vocês estão vendo que é ela que tá demorando. Então ela resolve tomar uma atitude muito madura: “Ai mô, faz pra mim”. Percebe-se que o cara bufa por dentro. Ele não tem paciência, ninguém tem né, vamos combinar. Ele começa: “Ah, põe... Põe salsinha, cebola, queijo... Põe aí....” Só falta falar: “Que se foda seu macarrão, amor, eu quero é comer o meu e só.” Esse é o tipo de preparo que demora uns cinco minutos, no mínimo.

Bom, existem mais zilhões de tipos, e eu vou colocando. Pode ser que esteja surgindo uma nova série.
Lembrando que “Gambiarras de vovô” não está extinta! Tenho muitas novidades.

Ah, para vocês entenderem bem como funciona, vai o link da propaganda do meu restaurante: http://www.youtube.com/watch?v=q-OUgohe-ik

terça-feira, junho 15

Efeito futebol.

O “efeito futebol” é algo que devia ser estudado por sociólogos e cientistas políticos em geral, pois é a erupção cutânea como sintoma da doença que assola o país. O sintoma da irresponsabilidade política-social, do comodismo e principalmente do oportunismo capitalista que mostra em época de copa do mundo, com todas as forças, como é importante manter a ignorância entre as massas populares de analfabetos e miseráveis e atacar os mais instruídos e abastados que já não possuem um senso crítico político-social.

Torcer sempre fez parte da cultura mundial. Sempre houveram disputas esportivas ou hostis entre tribos, cidades, países, bairros. E sempre existiu e ainda existe os que abraçaram a causa, os que vêem a dignidade e justiça de seu “território” em jogo. É o instinto humano.

E é puramente instintiva a febre histérica que toma conta dos bares e das ruas do Brasil nas copas do mundo. Ou não? É estranho, sim, ver locutores falarem que “o patriotismo brasileiro surge com força total na época dos campeonatos mundias de futebol”, uma vez que ninguém viu esse patriotismo surgir em forma de protesto e torcida quando a bolívia tomou hostilmente as instalações da Petrobrás, a maior estatal do país. É estranho, sim, pois quando FHC estava no poder, ouvia-se resmungos de que ele estava “vendendo” o Brasil. Mas quando o Brasil é dado, ninguém resmunga.

Deixando a política de fora, é também muito estranho presenciar a total falta de patriotismo quando somos atacados nos alicerces da dignidade nacional por enormes grupos de políticos corruptos que compram uns aos outros, surbornam, roubam o dinheiro do povo e voltam para casa impunes em seus carros importados.

Contudo nessa época de copa, vemos pessoas faltando ao trabalho, se embebedando no meio da tarde, no meio da semana, em exaltação e comemoração por ver o time brasileiro vencer uma reles partida futebol. O Brasil se paralisa para ver vinte homens correrem atrás de uma bola. Talvez aí esteja o problema: “O futebol é o ópio do povo”, e assim, é o fator mais importante nas vidas vazias daqueles que, sem perspectiva, levam um campeonato de futebol como o que há de mais importante, uma questão de vida ou morte – e esses são uma parcela considerável, talvez a maioria do brasileiros. Até o presidente se mete em “fofocas” transmitidas via satélite com jogadores.

Talvez quando a copa passar, e mesmo se o Brasil ganhar, quando a população perder essa estrutura patriótica – a copa – e for obrigada a voltar para seu trabalho mal-remunerado, enfrentar as filas e se vitimar nos labirintos da burocracia burra e da corrupção, descubra que existe algo mais para torcer e gritar. Ou talvez não. Continuarão estáticos e inativos até a próxima copa.

Nada contra torcer e se emocionar em uma partida. Afinal é o país sendo representado em uma disputa. Uma tribo desafiando a outra. O que realmente deixa tudo isso estranho é que somente 20% da população sabe a letra do hino nacional e raramente se vê uma residência com uma banderia brasileira hasteada em dias “normais”. E mais raramente ainda o brasileiro luta para que o Brasil seja destaque mundial, saia da categoria “terceiro mundo” e finalmente tenha justiça social.

Eu não sou patriota, não torço para futebol. E todo esse fenômeno popular em época de copa pode ser chamado do que for, mas de patriotismo não. Isso não.

sexta-feira, junho 11

Propaganda Básica

Sim, deve fazer uns 2 meses que eu não apareço por aqui.
Tenho bons motivos.
Muito trabalho nessa vida dura...

Aproveitando o momento, aqui está o teaser do curta-metragem no qual eu venho trabalhando (e a principal razão por eu não ter postado em dia).

Fiquei muito feliz quando, no dia 07, o vídeo atingiu mais de 500 exibições e foi o 6º mais assistido em sua categoria no Brasil.

Não dá pra ver muito bem aqui, mas no Youtube fica show de bola (apesar de eu ter exportado numa qualidade ridícula).



Au revoir, Shoshanna!

terça-feira, junho 8

Братья Карамазовы



































Não deixa de ser uma meia verdade.