terça-feira, abril 13

Dipolo


Narizes que colocavam todos

em seus devidos lugares.

E idéias megalomaníacas

vindas de um ponto comum

onde sem nem mesmo perceberem

pintavam de todas as cores.

As dúvidas que habitavam

as cabeças de uma multidão,

que alopradamente ditavam as regras,

e despertavam a incompreensão dos outros.

E como se o mundo virasse do avesso

escrevíamos em nossas músicas nossos anseios,

tentando achar refúgios em letras

e na cifras que perdíamos.

Como se tivessem mudado as estações

antes das folhas verdes caírem.

Se hoje a confiança

se confunde com a arrogância.

E nos tornamos a revolução

da nossa própria ditadura.

Saem sem ter para quem correr,

ou gritar por socorro.

E devem gritar, mas não gritam,

já que o medo é forte, e a dor desiste.

Para alguns o orgulho os guia,

para outros o arrependimento.

E olha só quem chegou

com o olhar de quem sabe que errou,

chegaram se apoiando na simpatia

para quem sabe conquistá-los de volta.

Mas, porém, omissos,

tudo no final (será?) se resolve,

pois eles não têm escolha

e sim algum pouco tempo,

para provar o que já não há.

Barbara Jimenez e Renan Marcondes - Um texto que fizemos em 2008, durante alguma aula que não queríamos prestar atenção.

Decidi postar hoje, pois amanhã estarei ausente.

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