quarta-feira, outubro 14

Geração Aldous Huxley


Eu sei que não costumo sair criticando coisas sem antes ter certeza do que estou dizendo, ainda mais tratando-se de livros. Mas é que esta é uma exceção, e não vou conseguir deixá-la passar.

Recebi mais um desses e-mails com 300 livros para fazer o download, e um deles me chamou a atenção: “Como fazer amigos e influenciar pessoas" - Dale Carnegie.

Como é? Espere ai, deixe-me ler de novo.

Era verdade, meu astigmatismo não havia me enganado desta vez, o titulo era surreal, pior, era totalmente irreverente e sem vergonha.

Eu sei que estamos entrando para o que chamaremos no futuro de “Escola Literária da Auto-ajuda”, mas até ai, fazer um livro que deixa claro um fato como este, é diferente.

Eu teria vergonha de ser flagrada lendo um livro desses, e pelos motivos mais óbvios; todos saberiam que eu sou uma coitada sem amigos, ou especulariam que eu poderia ser o tipo de pessoa, que entra num cinema e mata todo mundo. Ou que eu tomo remédios tarja preta por causa de depressão, e assim vai. E ao que parece, o livro é um best-seller! Ou seja, todos lêem e indicam um para o outro, entre sorrisinhos e tudo mais.

Pode ser que eu seja muito careta ou encanada, mas imaginem vocês chegando para seu namorado/a e contando que está lendo um livro sobre como influenciar pessoas? E depois o quê, você ergue uma das sobrancelhas e lança um sorriso safado? Olhem, eu não sei não... E se seu chefe soubesse? São tantas as situações - e piadas – que eu poderia passar páginas escrevendo, mas acho que vocês já entenderam a proposta.

A proposta é de onde esse mundo vai parar mesmo. Eu peço aos autores desse blog, pelo menos, que não me aprontem coisas desse tipo no futuro. Porque se não, depois, não sabemos o porquê das coisas se encaminharem para essas calamidades mundiais.

Achei alguns ensinamentos do livro para o ato de influenciar pessoas; (?)

Comece com um elogio ou uma apreciação sincera – Bom, bom, fazendo social.

Chame a atenção para os erros das pessoas de maneira indireta – Tendo noção, muito bem.

Faça perguntas ao invés de dar ordens diretas – É! Ninguém gosta de pessoas autoritárias.

Permita que a pessoa salve o seu próprio prestígio – Humilhação = Não bacana, todo mundo sabe.

Elogie o menor progresso e elogie todo o progresso – Bata no ombro e diga: Muito bem! Com a voz que você fala com o seu cachorro.

Aprenderam? Então vamos praticar, e que a dissimulação reine sobre nós!

Quem sabe daqui poucos meses teremos; “Aprenda a Manipular em dez passos”, ou “Como ser mais popular aos treze anos – Edição comentada.” ou até quem sabe, “Vinte regras básicas para saber mentir no seu emprego vol. I”.

Ps: Só para constar; não passei na prova prática, mesmo só tendo três pontos e precisando de cinco para reprovar. Essa é a minha vida. Nextel.

4 comentários:

  1. Acho que autor do livro foi inteligente. Percebeu a carência das pessoas e utilizou-se dela para ganhar dinheiro enquanto essas pessoas realmente acreditam que estão manipulando todas as outras com a ajuda de ensinamentos de um livro que simplesmente se baseia em comportamentos mais frequentes. Manipulação é, na minha opinião, um dom. Exemplo disso, sem discutir como usou esse dom, é Hittler.

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  2. Mais é obvio que esse comentario tinha que vir do Murilo hahaha...

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  3. Uma das dicas que eu adorei foi:

    Apele para os mais nobres motivos - "Meu caro, pense nas crianças passando fome ou na situação do Zelaya, coitadinho."

    Comove qualquer um.

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  4. O comentário do Murilo bem foi coerente.

    Eu já li esse livro e recomendo.................. hauahuahuahua va benne

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