quarta-feira, março 10

Café filosófico



Será que são fases ou estágios bem definidos? Disseram-me que responder esta pergunta seria a mesma coisa que conseguir saber se vamos do capital ao social, ou se pulamos direto ao social.

Encontrei-me sem conseguir ficar sozinha, sem conseguir me concentrar e deixar apenas por estar.

O estranho é que este sempre foi um dos meus maiores divertimentos; estar só, apreciar meus próprios devaneios, apaixonar-me pelo meu próprio futuro.

Agora parece que não estou conseguindo conviver comigo apenas. Os livros continuam fazendo seu papel; abrindo minha mente, e exatamente por isso não pude lê-los mais, sozinha. Fiquei muito próxima de mim mesma, não pude me concentrar. Eram só olhares de espera por companhia.

Parece que desta vez estou apaixonada pelo meu presente, e isso me atordoa como se eu não aguentasse me ver tão feliz. Será que é por isso que as pessoas preferem os outros que lamentam do que os muito felizes? Será que é mais fácil se ver com algum problema do que quando estamos com a ausência deles?

É quase que bizarro chegar ao ponto de que a única coisa no mundo que me mata de tédio sou eu mesma, quando tudo me basta e é tão suficiente – mente apaixonante.

O cúmulo de não conseguir conviver consigo mesmo é olhar para baixo em direção a si e esperar desesperadamente ver um rosto conhecido.

4 comentários:

  1. O "estar sozinho" é um bom lugar para se visitar, mas não é nada bom para ficar.

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  2. Do mesmo jeito que a gente enjooa das pessoas, a gente pode se enjoar de si mesmo, daqui a pouco passa. (there there)

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  3. Um jeito chique e elegante de quem quer um problema, mas estar feliz e leve não é pecado... Utilize este momento para medidas comparatórias posteriores.

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