sábado, maio 29

Menos Gullar, bem menos.

Segundo Miguel Chaia, professor universitário e diretor da Fundação Bienal, a sociedade atual vive um período de estetização do cotidiano onde a arte aplica-se à práxis humana, servindo como expressão visual do conjunto de relações entre os homens e gerando um sentimento de união e relação através dos sentimentos. Porém, ao falar de contemporaneidade, chegamos a um ponto onde a arte torna-se ampla a ponto de confundir-se com outras coisas e gerar certas confusões conceituais, como ocorreu na matéria de Ferreira Gullar sobre reprodutibilidade técnica no dia 23 de Maio, na Folha de São Paulo.
Gullar tratou sobre a relação entre o preço de objetos artísticos e itens industriais – no caso um carro esporte da marca Bugatti – analisando a predominância do alto preço no segundo item em relação ao primeiro e citando um equívoco de Walter Benjamim ao tratar da aura da obra de arte em seu texto “A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica”, em uma análise onde muitos fatores foram desconsiderados e só um viés da obra de Benjamim foi analisada, nem sempre de forma correta.
Inicialmente, devemos pensar no período em que vivemos, onde o carro faz condão de um objeto de desejo e que, portanto, pode entrar como fator gerador de experiência estética, comum das artes visuais após liberação da religião mas não exclusivo dela. Portanto, o exemplo gerador da discussão na matéria não foi feliz, pois duas situações diferentes de atribuição de valor foram relacionadas. Se a relação passa a ser livre, entrarão também na comparação imóveis, moda, jóias e toda uma discussão sobre status social que geraria outra matéria sobre a relação com a estética atual.
Além disso, foi citada no texto a criação de aura em uma obra de arte devido as suas reproduções futuras, citando como exemplo a Monalisa e suas inúmeras reproduções. Discordo, inicialmente porque é citado no texto o perigo contido na tese por pressupor que “todas as pessoas têm as mesmas qualidades, o mesmo gênio de um Albert Einstein(...)”. Oras, esse pensamento vai totalmente contra outra obra muito importante e representativa que é a Obra Aberta, de Umberto Eco, além de pesquisas sobre construtivismo na arte e experiência x informação (teoria de Larrosa). Como negar a visão, interpretação e experiência estética de cada um e, dessa forma, associar a criação da aura à reprodução e não a outros fatores muito mais representativos como a institucionalização da arte e a atribuição de valor pelos detentores do poder artístico. Sem dúvida não foi alguma reprodução posterior de Monalisa, como a realizada por Duchamp, que fez todos os milhares de visitantes diários do Louvre irem visitar a obra original.
Vejamos um exemplo claro: Salvador Dali, ao realizar sua reprodução da Vênus de Milo com gavetas e maçanetas peludas em 1936 que integra seu “mobiliário paranóico”, subverte o conceito da beleza decorrente da obra inicial e o alia à funcionalidade e conceitos surrealistas, indo contra a proposta original da Vênus e embutindo a estátua da proposta surrealista (vejam neste um simples exemplo de uma obra que já foi massificamente reproduzida). Porém, essa reprodução só é feita devido à aura já estabelecida na imagem por diferentes fatores históricos, e não gerou nenhuma onda repentina de interesse na obra original, apenas forneceu uma nova leitura de algo já produzido e portanto, produziu algo novo. Esse conceito pode ser revisto por Bourriaud em seu livro “Pós-produção”, onde o autor afirma que na contemporaneidade nada mais é produzido, apenas apropriado para a produção de algo novo através de uma nova leitura, criando uma obra independente que não altera a aura da anterior. Até porque Benjamim não critica a reprodutibilidade da obra de arte (pelo contrário, diz que a obra de arte sempre foi reprodutível), apenas cita que há o surgimento da reprodutibilidade técnica e que essa mudança altera alguns conceitos das artes visuais.
Sem dúvida, não houve equívoco algum, pois a aura realmente não pertence aos objetos industriais e sim aos objetos artísticos, porém isso não impede o interesse pessoal por eles e a vontade de colecionar e investir em sua posse. Porém a aura está muito além do preço dado, e constitui-se de todo um conjunto de relações formado apenas pelo contato e reflexão sobre a obra artística, que – no caso da pintura e escultura, além de linguagens atuais como a performance - é única e irreproduzível.. As reproduções de uma obra original não vêm com o objetivo de aumentar a aura da “obra-base” e podem, no máximo, complementar a leitura delas. A Vênus de Dali não é a Vênus original, assim como ocorre com as Monalisas feitas ao longo da história. Além de tudo, a discussão proposta por Gullar nem é valida, pois ele trata de um tipo de reprodução poética para exemplificar conceitos sobre reprodutibilidade técnica para justificar a venda de um carro que, analisando bem, nem em série é produzido. Acho bom pararmos de pensar em reprodução para produzir coisas de melhor qualidade para o público.

sexta-feira, maio 28

Assim caminha a humanidade...

... com passos de formiga e sem vontade (vou ficar com essa música na cabeça pra sempre agora)

Não escrevi antes porque estive trabalhando e não consegui. Como isto está uma zona e o Fê não vai postar hoje; aqui estou.

Eu ia escrever algo diferente disto, mas ao ver o post do Sandro, decidi-me dividir outra coisa.

Decidi dividir um pensamento louco meu.

Uma vez quando estava lendo um livro do Jostein Gaarder, - não me lembro qual era, mas arrisco-me com “Pássaro Raro” -, ele lançou uma idéia logo de início que me soou surreal.
A idéia era a seguinte; o homem havia conseguido a viagem no tempo. Mas havia conseguido, principalmente, dobrar o tempo quantas vezes quisesse, em qualquer direção, de qualquer forma, logo você poderia escolher coordenadas e saber de qualquer coisa.
Por exemplo, alguém digita uma data e um lugar e automaticamente assistirá o que aconteceu ali. Como se houvessem câmeras de todos os ângulos possíveis, em todos os lugares, todo o tempo. E isto no livro tornou-se tão real, que ele lançou uma TV com esta abordagem, e a partir de então começaram os programas, pacotes, e shows.

Por exemplo; você podia assinar o pacote Vida de Sócrates; duração 7300hs ou 20h por dia durante 365 dias. Ou Garotas Nuas no Chuveiro no ano de 2007, São Francisco – EUA, em 720hs. Ou Decisões tomadas no Salão Oval da Casa Branca em 6500hs. Bom, o tanto que sua imaginação permitir.

Essa idéia é tão absurda, e tão inalcançável na minha mente que do jeito que as coisas estão indo, eu acredito que um dia isto possa acontecer. Que percamos toda, sem exceção, intimidade que hoje temos. Qualquer coisa que façamos hoje, achando que mais ninguém vê, ou que você presenteia uma outra pessoa, com aquele momento de intimidade, um dia será deturpada e colocado em um pacote como; Declarações de amor parte 54.


Estou correndíssima com algumas crônicas por isso de não estender meu raciocínio. Pensem no que quiserem, mas saibam que eu digo esses poucos parágrafos com um pouco de revolta. Outra, comprem o livro; é bom. Maas não comprem por causa desse tema, porque ele dura poucas páginas.

terça-feira, maio 25

I see you.

Se você usa o Google Maps pra traçar rotas, dá uma olhada no que o novo mapa online do Bing vai ser capaz de fazer. Eu fiquei impressionado.

Clique em “View Subtitles” e selecione Portuguese (Brazil). Se não entender.

terça-feira, maio 18

Um post sobre nada

[Postando hoje, pois amanhã estarei ausente por todo o dia]

“E é aqui que nasce a religião, teia de símbolos, rede de desejos, confissão da espera, horizonte dos horizontes, a mais fantástica e pretensiosa tentativa de transubstanciar a natureza. “ –Rubens Alves


Não tenho ainda nada pronto para contar, mas as religiões e indignações vêm me invadindo. Nessa semana estávamos entrevistando um padre católico, e fizemos a querida pergunta; você gostaria de comentar algo sobre a Reforma Protestante?

E não é que a primeira frase dele foi: “Olha, precisava ter um monte de dinheiro”, eu já girei os olhos, tudo o que havia lutado para convencer meu grupo de seis pessoas onde três eram ateus loucos, a não cutucar o homem tinha ido por água abaixo. Tudo bem, foi difícil para todos se manterem em pé diante a câmera.

Fiquei com dó do padre depois de tudo, ele disse muitas coisas com noção, fez render do jeito que precisávamos a entrevista, mas a frase matou, me matou. Lógico, que agora eu só a digo no blog, para criticar. Admito, e pior, depois disso desembestei a fazer perguntas para extrair alguma outra visão absurda dele.

Estamos mergulhados em estudos de religiões e eu ainda de nada sei. Só o livro do Jostein Gaarder já li mais de uma vez, e ainda tenho um trilhão de dúvidas.

A verdade é que gostamos de cutucar, de não entender e depois fazer perguntas irreverentes e inconvenientes. Ou não.

Acabei não dizendo nada, isso sim. Passar bem.


Se liga só no que eu achei

Ela não só escreve de cabeça para baixo como também SÓ consegue escrever assim!

Tive que postar no dia errado de novo, mas essas coisas só acontecem no meio da semana...

Vai trabalhar pra se encontrar sem se perder.



segunda-feira, maio 17

Porque na minha familia, nada pode ser normal

Se eu contar, ninguém acredita.

Tirei o dia para fazer coisas que estavam atrapalhando o andamento da minha vida. Faltei na aula e comecei a reger meus atos estritamente baseando-me na lista que tinha feito no dia anterior. Logo, minha agenda, minha melhor amiga. OK. Não fiz metade do que eu tinha para fazer, mas disso eu já sabia.

O fato é: eu ainda estava com zilhões de coisas para fazer, tentando fazer três ao mesmo tempo, afinal o dia já estava terminando (como sempre), quando eu ouço lá debaixo:
- Nanáaaaaaaaaaaaaaaaa, vem aqui! – era o meu irmão.
- Agora não dá.
- Naná! Por favor, eu preciso muito que você venha aqui!!! – ERA O MEU IRMÃO, portanto, bem não urgente.
- Já já.
- Tem que ser agora!!! – Aham, tem que ser agora para você me mostrar uma borboleta saindo do casulo na TV Cultura. Não, não vou.
- Espera aí! Tô fazendo outra coisa!!
- Nana, é sério. Você tem que vir aqui agora. PELAMORDEDEUS!!!!! – A voz dele estava ficando chorosa, e eu me preocupei.
- Pra quê?

Ele ficou em silêncio. Quem sabe ele não precisava mesmo de mim?? Dane-se, se ele precisasse mesmo, ele viria até aqui. Depois de uns dois minutos:
- NANÁAAAA VEMAQUIPELOAMORDEDEUS!!!! EUPRECISOMUITODEVOCÊ!!!
Levantei em um salto e corri, tudo isso inconscientemente. Não tive tempo e frieza de pensar e quase cai nas escadas.
Cheguei na cozinha, ele:
- Meus cabelos estão caindo.
Quando eu olhei, o cabelo dele estava todo falhado de um lado, quase careca, mas extremamente desigual. Levei um soco imaginário, pensei: Meu Deus! Uma doença, só pode. Eu tremia, não conseguia fechar minha boca. Comecei a passar mal e me debrucei sobre a mesa.

Aquele FILHO DA PUTA vendo tudo isso soltou: É brincadeira, tava tentando cortar meu cabelo, mas não to conseguindo.

E EU COM ISSO???? SEU...SEU...
Pra quem não sabe, o cabelo do meu irmão era assim:
Nesse momento eu descobri que meu autocontrole não só existe, como também é eficaz e abundante. Afinal, meu irmão ainda está vivo. E com os membros. Gritei durante vinte minutos, sem respirar. Sou irmã mais velha, então ainda tenho um pouco de autoridade para com ele, que ouviu de cabeça abaixada tudo o que eu estava falando “em voz altíssima”. Mas eu e ele sabíamos que eu não conseguiria deixá-lo: 1. Naquele estado até meus pais chegarem 2. Continuar fazendo merda atrás de merda. Arranquei a tesoura da mão dele e comecei um incessante trabalho de igualar as partes mais compridas, tomando cuidado para não deixá-las curtas demais.... Até pezinho eu fiz. Gente, na boa, se eu tivesse que chutar algo que eu nunca teria que fazer na minha vida, eu chutaria pezinho, no entanto, lá estava eu fazendo um pezinho (pra quem não sabe, é tipo a costeleta.)

Terminado a parte da tesoura, chegara a parte da maquininha. É bom lembrar que depois dos vinte minutos gritando, eu não parei de falar, resmungar e xingar. O que eu mais falava era: Você me deve dez cravos!!! Vinte! Cem cravos, cem!! (Só quem sabe sobre a minha obsessão por espremer cravos que entende, bom, agora todos.)

Mas era chegado momento: Barulho do portão, cachorro ficando agitado. Porta abrindo, passos na escada... “O que é esse monte de cabelo no chão??? Cadê a Nathália???”
Claro, porque eu sou a pessoa na casa que costuma cortar e modificar o próprio cabelo. Mas nunca coloquei em prática a ideia de raspar – não que eu já não tenha pensado nisso.
“Natháliaaaaaa...” Sério, eu não aguento mais ouvir isso. “Cadê vo...” quando minha mãe me viu, o semblante dela mostrou calma. Ufa, não foi dessa vez. Mas logo outra ideia assombrou a mente dela novamente: “O que aconteceu por aqui??”
Tudo bem que meu irmão podia ter saído do banheiro a acabado de vez com essa agonia, mas a verdade era que ele estava cagando de medo.

Eu sou uma irmã boazinha, mas não tinha como ele esconder por mais tempo: “Vem cá ver o Rafael.” Ela olhou. Virou. E saiu. Só escutamos da cozinha: “Deixa só o teu pai ver.”
Pensa em uma frase de impacto, que sempre caiu como uma bigorna nas nossas cabeças. Então, é essa. E é pior ainda quando vem seguida de: “Ver o quê??” Proferida pelo próprio. Ok, meu pai é legal. É compreensivo, não briga, não bate, não dá castigo. “Não gostei” Foi só o que ouvimos. Ok, melhor assim.

- Mas pai, você ficou bravo comigo?? – Esse era o meu irmão no melhor estilo “Volta o cão arrependido, com suas orelhas tão murchas, sou osso roído e seu rabo entre as patas”
- Eu não gostei. Estou chateado.
CHATEADO. Meu Deus, se eu fosse meu irmão, não aguentaria isso. Trancaria-me no quarto chorando por dias. Meu pai chateado: não há coisa pior. Mas essa é uma neura minha.

A novela ainda está acontecendo. Meu irmão já quis ligar para a minha tia (Oi tia, raspei o cabelo e... Boa noite). Eu vou fazer chantagem com os cravos dele para o resto da vida. Meu vô não cansa de falar que, agora ele é homem. Minha mãe acha que foi aposta. Minha avó acha que está curto demais (mas eu acho que ela nem prestou muita atenção, afinal CLARO QUE ESTÁ CURTO DEMAIS, ELE RASPOU!!). O Snic tenta mordê-lo (Calma, Nic, é o Rafa! – Nada feito.)
E esse é ele, agora, no meu quarto. (E esse quadro sempre sai nas fotos porque é o lugar onde ele sempre fica conversando comigo, quando não é bem-vindo em nenhum outro cômodo da casa)
Enfim, quero só ver quando for eu a raspar o cabelo, coisa que eu me prometo desde a oitava série.

quarta-feira, maio 12

Vale a pena tentar

Numa outra semana eu vim dizer o quanto os Romanos são pervertidos e loucos em relação aos Germânicos. Pois é, hoje eu vim dizer que eles eram apenas pervertidos, porque quem são loucos mesmos são os Gregos.

Gosto porque "fez sentido"

Querem ouvir o que eu achei divertidíssimo e em breve escreverei um texto sobre?

Preste atenção nisso, você que se acha cara de pau.

Aula de Grécia Antiga – Como Psístrato subiu ao poder em Atenas (by meu professor lendo as palavras de Heródoto, incapaz de tecer uma blasfêmia ou insulto á qualquer coisa relacionado ao mundo grego, de toga)

A verdade é que Sólon estava no poder em 594 a.C, só que se cansou dos boatos que rondavam o Heládico, de tentar ajudar, fazer novas leis e ninguém dar valor. Quer saber? Vou viajar, ele pensou, vou conhecer o Egito. Arrumou suas malas e foi.

Enquanto isso, um zé ninguém chamado Psístrato teve uma idéia que julgou genial. Foi até os campos, fez ferimentos em si mesmo, em alguns cavalos e mulas, e depois se vestiu para parecer um mendigo. Encaminhou-se para a Ágora de Atenas.

Chegando lá disse a todos; “Espartanos tomaram o poder! Salvem-se, concedam-me um exército e eu ajudarei!”. Perguntem-me se alguém foi conferir se tinha algum espartano na cidade... Não. Alguém se quer perguntou como ele sabia disso, ou quem ele era? Não. Simplesmente, acreditaram e ainda lhe deram o exército.

Psístrato se instalou na Ágora e disse “daqui eu não saio”, simples assim. E ele realmente ficou por lá um tempo, até que alguns atenienses decidiram parar e começar a agir racionalmente, se depois de semanas não havia tido um sinal sequer de espartanos e tinha um gordo morando na Ágora, havia algo estranho. Jogaram-no para fora.

Depois, Atenas teve um pequeno empecilho com a cidade de Mégara por causa da Ilha de Egina, e no meio da guerra adivinha quem aparece sem ser convidado – expressão real usada por Heródoto -, Psístrato. Este vem e ajuda-os a ganhar, tudo bem, mas agora pode voltar pra casa querido.

Sem se dar por vencido, caminhando pelos bosques ele encontra uma jovem muito bonita. E todo mundo sabe que se você encontra uma jovem bonita no bosque e quer subir ao poder, só há uma coisa a fazer; Vista ela como a deusa Atena, pinte-a de dourado para parecer que brilha, se vista com roupas de deus, coloque-a num carro e entre em Atenas coroando-a! – Lógico, eu pensaria a mesma coisa...

E como vocês devem imaginar, o povo ateniense achou digno, acreditou, fez todo o sentido do mundo e ele passou a ser senhor.

Quanto a Sólon, ele voltou da viagem achando que todos sentiam sua falta, mas quando viu o outro, simplesmente se retirou constrangido. - todinho.


terça-feira, maio 11

There goes my hero

Decidi fazer um TOP 5 dos atores que realmente tinham cara de super-heróis na telona, pelo menos para mim, tanto que toda vez que leio ou ouço sobre esses heróis, a imagem desses caras é a que me vem à cabeça. Lá vai:

5º Bill Bixby e Lou Ferrigno (Hulk)


Bill Bixby nem me marcou tanto, mal me lembro desse cara e nem sei se ele está vivo ainda. Mas Lou Ferrigno, pintado todo verde e arrancando portas e estourando paredes com certeza deu todo um status se falando de Hulk (Além interpretar o Hércules e o Sinbad um pouco depois).

4º Dolph Lundgren (O Justiceiro)


Assim, Dolph Lundgren é arroz de festa, certeza que todo mundo lembra-se dele no Rocky ('I must break you'), Soldado Universal ou He-Man em Mestres Do Universo. Lundgren ainda não sabia falar direito, mas a joselitagem do filme lhe deu certo crédito.

3º John Wesley Shipp (Flash)


Cara, acho que só eu vi essa série de TV, então o posto dele fica difícil de ser tomado pela falta de filmes desse herói. E também não me lembro do ator em nenhum outro filme/série, além de Dawson's Creek. Mesmo assim por muito tempo eu quis ser esse cara.

2º Michael Keaton (Batman)


Tudo bem que ele estava meio gordinho na época, aliás, ainda está, mas cara, a visão do Tim Burton me fez ver o Beetlejuice como Batman até hoje. Podem falar o que quiser, Christian Bale não me convence. Efeitos visuais não me convencem. E a era Val Kilmer e George Clooney foi palhaçada pura.

1º Christopher Reeve (Superman)


Kirk Alyn e George Reeves que me desculpem, mas o Christopher Reeve tem mais aparência de super-herói que todos. Nenhum Dean Cain, Tom Welling ou Brandon Routh (Super15) vai tirar o trono desse cara no quesito Superman, herói.

Bônus:
> Matt Salinger (Capitão América)


Velho, ele entrando sozinho em uma base nazista lotada, nem aí, jogando o escudo para todo lado foi demais assim. Tudo bem que o amarraram em um foguete depois. Eu só me lembro desse cara antes na Vingança dos Nerds; ele deve estar morando com o Shipp.

Nos primórdios tudo era legal, tudo era novidade... Agora tudo ficou tão high tech que perdeu a graça.

quarta-feira, maio 5

"Alimente-os e eles vão comer até que explodam”

Aqui para vocês uma mistura de alguns parágrafos da minha resenha de teologia, com alguns feitos agora mesmo.

Os primeiros fatos a serem notados em "Dogville" são; o filme é divido em atos, há um narrador e em toda a cidade não há cenário. A divisão das casas, das ruas, cômodos ou jardins, é feita por demarcações brancas no chão onde os personagens agem como se realmente houvesse paredes e objetos ali. Por isso que a princípio talvez vocês - que não assistiram - desanimem, mas sejam fortes. Passados os primeiros 40 min, tudo dá certo.

O filme de fato começa com a chegada de uma fugitiva chamada Grace que aparece no meio da noite, após terem se ouvido alguns tiros. Ela é acolhida por Tom, um escritor estacionado com medo de não ser bom o bastante, minerador da própria alma e um verdadeiro antropólogo da cidade. Inicia-se um dilema entre esconder Grace ou não na cidade, já que é procurada pela polícia e pelos gângsteres de quem fugia. O nada que eram as vidas dos cidadãos de Dogville é invadido por questões como; Por que se arriscar por uma desconhecida? E até que momento confia-se em um outro?

Os moradores a primeiro momento são os exemplos de pessoas paradas no tempo, com costumes e tradições tão enraizadas nelas mesmas que até esquecem-se de o quão triste estão suas vidas. Logo, Tom organiza uma reunião onde fora decidido que Grace ficaria por duas semanas, para então a decisão final seria dada. O plano do futuro casal era fazer Grace necessária para os moradores, com uma chance recebida ela dá a si mesma em troca.

Primeiramente ninguém precisava que ela fizesse nada, ao passo que ela decide começar a fazer o que não era necessário, e que ninguém mais faria. Em pouco tempo Grace invade o cotidiano e o pessoal de cada família, dividindo seu tempo para passar em todas as casas todos os dias sem exceção. A presença de Grace vira agradável e ela finalmente se faz necessária, ganha um salário e assim a deixam ficar.

Com o tempo Grace nega a si mesma o que percebe com cautela; a cidade era camuflada, assim como o resto do mundo, assim como os copos que a família Henson cuidava para limpar, assim como qualquer outra pessoa que insiste em esconder seu sagrado para assim não ser ferido. Grace tem seu salário diminuído, suas horas aumentadas e é mal tratada. Pois se torna óbvio para os habitantes que ela lhes deve isso, que eles se arriscam demais por mantê-la.

Os moradores ilustram pessoas que ao se depararem com a possibilidade da chantagem, de terem o que lhe faltava naquela cidade, e de enfim serem mais do que alguém, desumanizam a figura – do outro - da moça. Grace perde seu valor, sua dignidade e por fim seu corpo. Sofrendo não só de abusos morais, ela é estuprada pela primeira vez. Tendo seu sagrado corrompido para sempre.

Em todos os personagens há uma clara deficiência de caráter e abstinência de algo em suas vidas, e seria Grace que deveria preenchê-los, como um pagamento pelo silêncio. A moça sai tanto do seu eixo para doar-se ao resto da cidade, para ajudar e fazer o que imagina certo, que perde todo o seu valor.

Quando as ações tomam dimensões não humanas e de completa insanidade para o espectador, Grace finalmente é delineada como arrogante por acreditar que é a única pessoa condescente com o resto do mundo, sabendo perdoar e relevar por causa das dificuldades que os outros passam.

De uma forma quase que inconsciente o espectador finalmente compreende tudo e chega junto com Grace à mesma conclusão; a necessidade de justiça com as próprias mãos. Colocando-se no lugar dos moradores percebe que eles não fizeram o suficiente, por nada ou ninguém e que alguém precisa puni-los para que não se repita com mais nenhum inocente. Para que aqueles não destrinchem o sagrado alheio novamente.

Eu me peguei na primeira vez em que assisti, de pé no sofá, gritando a plenos pulmões; "Mate-os! Mate todos eles! Nós precisamos de sangue!" Assim, sabe, eu não sou uma pessoa violenta. E nem gosto de sangue.

Talvez Lars Von Trier represente tão fielmente o ser humano, seus instintos e até onde pode chegar para sentir-se completo e satisfeito com o que julga lhe merecer, que parece ser improvável e insano aos olhos alheios. Mas a prova de que tudo isso se encaixa muito bem no nosso subconsciente é o ponto que atingimos no final do filme - olhe o meu exemplo, gente -, por sermos condescentes com Grace.

Sério, assistam. [Eu não contei tudo aqui, para não estragar]

Depois eu talvez poste o significado para sagrado.

terça-feira, maio 4

Little Big Man

Old Lodge Skins: Invisível! Eu nunca fiquei invisível antes!

Young Bear: Eu tenho uma esposa. E quatro cavalos.
Jack Crabb: Eu tenho um cavalo ... e quatro esposas.

Old Lodge Skins: Existe uma fonte infinita de homens brancos. Houve sempre um número limitado de seres humanos.

[Avô, que deitou-se para morrer, acorda]
Old Lodge Skins: Eu ainda estou neste mundo?
Jack Crabb: Sim, meu avô.
Old Lodge Skins: [suspira] Eu estava com medo disso. Bem, às vezes a mágica funciona. Às vezes, não.

Jack Crabb: [narrador] Ele acreditava que ele precisava de mais uma vitória sobre os índios para ser nomeado presidente dos Estados Unidos. Isso é um fato histórico.

Jack Crabb: À primeira vista, de um acampamento indígena, o que você pensa é: "Eu vejo o seu depósito de lixo. Onde está o acampamento?"

Jack Crabb: Claro, eu sou branco. Será que você não me ouviu dizer: "Deus abençoe George Washington. Deus abençoe a minha mãe."? Quer dizer, que tipo de Índio diria uma coisa idiota como essa?

Caroline Crabb: Vendeu sua roupa de pistoleiro? E sua arma?
Jack Crabb: Bem, desculpe, Caroline.
Caroline Crabb: Não, não há nada neste mundo mais inútil do que um pistoleiro que não pode atirar nas pessoas!

Old Lodge Skins: Vamos voltar para a tenda e comer, meu filho. Minha mulher cozinha cães muito bem.
Jack Crabb: Tudo bem, meu avô.
Old Lodge Skins: Ela também tem uma pele muito macia. O único problema dela é que ela gosta de copular com os cavalos, o que fica estranho para mim. Ela disse que não o faz. É por isso que eu a chamo de "Não gosta de cavalos". Mas é claro que ela está mentindo.

Jack Crabb: Esse foi o fim do meu período religioso.

Jack Crabb: Uh, o Sr. Hickock, quantos homens você ... matou?
Wild Bill Hickock: Eu não me lembro corretamente. Você?
Jack Crabb: Oh, cerca de duas dúzias.
Wild Bill Hickock: Isso é um fato?
Jack Crabb: [narrador] Não, não era um fato. No meu período de pistoleiro, eu era um péssimo mentiroso.

Old Lodge Skins: Esse menino não é mais um menino. Ele é valente. Ele é pequeno de corpo, mas seu coração é grande. Seu nome será "Little Big Man".

sábado, maio 1

E começou a greve...



E bem que o cartazinho avisou... Agora é greve dos funcionários 'for good', de fato, marcada pro dia 5 de Maio... Ou seja, sem computadores, sem wi-fi, sem xerox (!!), sem biblioteca (!!!), sem circular, sem as tias da limpeza (só no meu prédio porque não é terceirizado =P) , sem cepeusp (adeus esportes) e, o pior, sem bandejão (NÃÃÃÃÃÃÕOOO!!!)...


A reinvidicação? Aconteceu que, há uns seis meses atrás, os professores tiveram um aumento de 6% no salário, arredondando todos os pagamentos para R$6.000. Os funcionários, também quiseram esse aumento, e "revolucionariamente" resolveram parar tudo e também pedir esse aumento para eles...


Eles falam que os alunos não são nada sem os funcionários, e que os professores não conseguem dar aula sem a ajuda dos funcionários. Isso é verdade, mas olhem o meu ponto de vista: Numa universidade o "alvo" é o aluno, e professores e funcionários devem trabalhar para que os ALUNOS saiam ganhando. Mas com uma paralisação dessas, cadê o respeito que eu mereço por parte dos funcionários?


Aí eles metem bronca no reitor. Pedindo mais salários e melhores condiçoes. Não que eu esteja defendendo o reitor, mas olha só: Os funcionários da usp ganham o dobro do piso salarial normal para sua profissão, e tem a jornada reduzida... E sabem quem ganha o maior salário da faculdade? Não, não é o reitor, que por curiosidade fica com o 25º lugar (4.500), mas é o coordenador do Sintusp (sindicato dos trabalhadores da usp), que ganha R$ 9.000 !! Gente, 9 mil é muita coisa prum carguinho de um barrigudo feio que só usa regata e é tão informal quanto uma mistura de pedreiro com fazendeiro (não desmerecendo, mas só comparando)...


Me deixou ódio quando numa quinta eu vejo isso no meu prédio:


Todo mundo com a mão prá cima, do tipo, "Tâmo sem trabaiá!", um puta barulho, até gravei:

E, mano, isso na aula matou uma hora... E era uma aula tão boa...

Pois bem, tirem suas conclusões. Já tirei a minha e ó, "greve sucks!".

No próximo eu decido o que falar da minha benevolente faculdade, que teve uma semana trash essa: Homofobia na farmácia, roubos nas ruas, fechamento do canil e anunciação da greve...

Estudar lá tem seus contras, e tantos outros.