quarta-feira, abril 28

(Real resumo)

Não vou mais me desculpar por nenhum post. Não tenho tempo e admito, isto pode virar uma droga de diário, isso sim.

- Queria vos comunicar que assisti Alice, e... Gostei.

Maaas, não achei nada cativante, digo, ninguém que não gosta de Alice vai passar a gostar a partir deste filme.

Há diversos diálogos, expressões e músicas originais dos dois livros, e detalhes que para os fãs endoidecidos vão fazer grande diferença.

E infelizmente, Tim Burton teve uma pequena falha de empolgação - em minha opinião – no final do filme, em uma cena com o Johnny Depp. Contudo, do fundo do meu coração estou esquecendo e fingindo que não a vi, para continuar gostando.

- Voltei aos correios.

Não foi pelo mesmo ultimo motivo que havia, nem pelo anterior, mas por outro.

É saudável sabem, escrever cartas É revigorante e todos deviam tentar voltar a fazer. Apesar de que a minha ultima eu não achei visualmente bonita. O que implica em eu fazer algo bem mais elaborado hoje mesmo.

- Queria muito cozinhar, mas os Germânicos dominaram minha semana de uma forma absurda. Tanto que só estou aqui escrevendo abobrinha, porque os mandei ir até a banca ver se tinha mais alguma revista que eu poderia colocar no seminário.

Eles têm me convencido muito de que de Bárbaros eles não têm nada! Há costumes, rituais, valores, crenças, que transformam a Grécia e a Roma inteira em Bárbaros pagãos e depravados! Juro. Olhem, só para vocês entenderem, eles valorizam a virgindade até os 20 anos... Menos se houver amor verdadeiro, ai tudo bem ser antes. – Esse ultimo comentário foi interpretado por mim, Tácito não disse isso.

Ai eu pensei, então por que os chamaram de Bárbaros? Fui atrás e descobri que Bárbaro na origem significa apenas “estrangeiro” ou porque o próprio nome para os Greco-romanos era uma onomatopéia - believe me -, ou seja, um simples babulciador de origem não ariana.

Agora faz muito mais sentido, porque ás vezes eu não me encaixo em algum lugar e ninguém entende o que eu digo. Gregos explicam.

- Não tenho conseguido respirar direito ás vezes, e geralmente é quando estou parada pensando que eu tenho que não pensar em nada, porque se não vou pensar em alguma coisa que eu tenho que fazer e nãoo...

- De fato, eu dou muita importância para coisas que não precisam. Verdade.


terça-feira, abril 27

sexta-feira, abril 23

Eu devo me inspirar em Rafael novamente e criar vergonha na cara, afinal, quase 2 meses sem postar é quase abandonar...

Daí que SIM, me veio finalmente O QUE escrever... Mas o que será que acontece com as pessoas que do nada elas simplesmente param de pensar? Não pensar, mas de imaginar... Será um maior contato com um outro lado que te demanda muito? Assim parece que o pensar é prá vagabundo, mas sinceramente eu acredito no inato do pensar. É profissão! Finalmente! Pensar é difícil para os que não tem o hábito. Como des-segredo meu para com vocês, digo que, para mim, pensar dói um pouco, bem lá no meio do cérebro. É uma coisa que me assusta. É um incômodo até, me sinto o Manolito da Mafalda. Mas estou com uma boa alta-estima ultimamente, portanto isso não me incomoda agora. Mas bem que eu devia ver um médico para isso.

Vou falar da minha rotina prá vocês... EEEE! Não tomarei muito tempo...
Segundas e quintas tem alemão, segundas e quartas tem francês, quartas e sextas tem natação e quintas tem teatro.

E minha nossa, como Francês é difícil, meu Deus! Fiz uma prova e tirei 3... 3! Ah, e o professor ficou uma aula inteirinha brigando com a gente... em francês... Não entendi muito coisa, mas ele exalava ódio, fato!

Alemão é show! Se der façam!

Agora, o teatro da FFLCH... (que fica na Poli, comparando fica igual à sede do PSOL ficar dentro da Daslu) ... gente ... como falar? ... ahhhhnnnnn ... tipo ... são sem noção.

"Façam uma árvore nascendo!" (é, teve isso). E um bando de gente agachada, fazendo galhos com os dedos, subindo, tremendo, desequilibrando, sem ritmo algum... mas de uma maneira tããããão zuada. Ah, saí!

Tenho amigos que gostam de andar na Paulista e fazer nhoque aos sábados na casa de um deles, na Vila Madalena. Tô com uma Cuca de Maçã no forno (viva Palmirinha nas férias) prá levar amanhã, cêis sabem né, visita sempre leva alguma coisinha...

Lady Gaga caiu no meu conceito... Não suporto mais Bad Romance, venha logo Alejandro...
E Glee, ahhhhhhhhhhhh! Recomeçou muuuuito lokooo!

E Fernandinho-cultura-de-rádio escreveu o que se passou em sua semana, sex q vm tm +

*Nath, Renan e Bazão, essa Terça à tarde!*

Auf Wiederhesen!

quinta-feira, abril 22

Retomada

Após milênios sem aparecer, finalmente tive algum tempo (e alguma coisa) pra escrever aqui.

Peço perdão a todos pela ausência, mas tem sido complicado arrumar tempo e assunto para escrever, visto que a jornada de ensaios e trabalhos da faculdade vem sendo bastante exaustiva.

Sem mais delongas, vamos ao que interessa:

- Vazou o protótipo da 4ª geração do iPhone. Sim, sim! Aparentemente, um engenheiro que estava trabalhando no aparelho acabou esquecendo um protótipo (camuflado para parecer um iPhone 3GS) em um bar. Um cara achou, conseguiu mexer um pouco e aí a Apple bloqueou remotamente.

Mais informações:

http://www.gizmodo.com.br/conteudo/este-e-o-novo-iphone

- Se você ainda não foi ver As Melhores Coisas do Mundo, novo filme da Laís Bodanzky, vá. Vale à pena. O filme é bem bacana e não é aquela "pegada Malhação". Os personagens realmente parecem de verdade (apesar do Fiuk).

Falando nisso, é impressionante o impacto do filho do Fábio Jr. nas menininhas. É só ele aparecer que elas começam a gritar! Isso me atormenta...

- Animação em flash é uma coisa muito legal, mas só quando dá certo. Até dar certo, é um mega trampo.

- Quero viajar. Muito. Em julho. Espero que dê.

- Yoshida Brothers: shamisen+rock



- Tava pensando esses dias, e tenho certeza que a crueldade do BBB vai chegar ao ponto de colocarem uma mulher grávida na próxima edição. Imagina só a futura mamãe compartilhando todos os belos momentos da gravidez com o país todo...

- Baixei o Opera Mini pro iPhone, mas como tô sem wi-fi em casa, não tem como testar o navegador...

- Coloquei os 2 álbums do Newton Faulkner no 4shared pra mandar pra um amigo, então vou aproveitar compartilhar aqui também (baixem, porque vale muito à pena).


Newton Faulkner - Hands Built By Robots
(2007)


quarta-feira, abril 21

Ma semaine

Bonjour mes amours,

A falta que eu estou sentindo do meu francês está chegando ao ponto de ser inexplicável. Ou eu começo a dar aulas de básico agora, ou as turmas de avançado no COGEAE têm que serem formadas imediatamente, e tenho dito. - Desabafo.

Minhas necessidades vêm aparecendo com mais e mais freqüência neste mês. Em breve vos informarei sobre tudo o que acontece e quais são meus planos momentâneos.

(foto: digamos que é uma explicação bem subliminar)

Primeiro, vou deixar AQUI este site dos Beatles, pois têm N vídeos alternativos para quem quiser. Ou se um dia vos for útil..

Segundo, descobri esta semana a banda Airbourne e estou tão feliz! Não achei falta de criatividade ela ser muito – mas muito mesmo –, parecida com AC/DC ou Motorhead. Porque, um que são bandas boas e dois ela é atual, os integrantes não vão morrer tão cedo, e ainda estão no segundo cd!

Aqui e Aqui estão dois vídeos para vocês conferirem.

Charles Dickens

Bola da vez; isso porque eu ainda estou na página 150 do romance Um Conto de Duas Cidades, e já vou afirmar que estou achando Dickens genial.

Eis aqui a primeira página do livro:

“Primeira parte: De volta à vida

Capitulo I: o Período

“Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos; aquela foi a idade da sabedoria, foi a idade da insensatez, foi a época da crença, foi a época da descrença, foi a estação da Luz, a estação das Trevas, a primavera da esperança, o inverno do desespero; tínhamos tudo diante de nós, tínhamos nada diante de nós, íamos todos direto para o Paraíso, íamos todos direto no sentido contrário – em suma, o período era em tal medida semelhante ao presente que algumas de suas ruidosas autoridades insistiram em seu recebimento, para o bem ou para o mal, apenas no grau superlativo de comparação.

Havia um rei com uma grande mandíbula e uma rainha com um rosto inexpressivo no trono da Inglaterra; havia um rei uma grande mandíbula e uma rainha com um belo rosto no trono da França...”.

Desculpem-me, mas para alguém começar um livro assim, eu me sinto quase que irrelutantemente forçada em achá-lo fascinante, e esperar algo de genial a seguir.

Não tenho mais nada a declarar, por hora. -Perdoem a pressa.

terça-feira, abril 20

sábado, abril 17

Humpf...

Grupo que pichou a Bienal de SP em 2008 participará da 29ª edição da mostra

Acusados de vandalismo e terrorismo, os líderes do grupo que invadiu e pichou o andar vazio da Bienal de São Paulo em 2008 vão entrar na 29ª edição da mostra, em setembro, com credencial de artista.A participação foi confirmada à “Folha de São Paulo” pela curadoria, que descreveu os pichadores como "artistas brilhantes", apesar de "tratados como marginais".
Com isso, a Bienal entra num fogo cruzado daqueles que tomaram partido de invasores ou de invadidos, e que agora polemizam sobre a iniciativa. É demagogia? Legitima uma ação destrutiva? Coopta uma vanguarda transgressora?Para o curador-geral da mostra, Moacir dos Anjos, a aposta não é em respostas fáceis, mas justamente na elaboração de questões."Queremos fazer uso de estratégias que não se confundam com o pixo que só existe como tal nas ruas, mas que evoquem, desde o interior do mundo da arte, o fato de que nem tudo que é arte a Bienal é capaz de abrigar ou entender."
Leia a íntegra da entrevista concedida por Moacir dos Anjos à “Folha” na seção “Notícias” do site Mapa das Artes.

Fonte: “Folha de São Paulo”; 15/04/10; texto de Fernanda Mena.


É, o mundo tem que acabar em 2012 mesmo...

terça-feira, abril 13

Dipolo


Narizes que colocavam todos

em seus devidos lugares.

E idéias megalomaníacas

vindas de um ponto comum

onde sem nem mesmo perceberem

pintavam de todas as cores.

As dúvidas que habitavam

as cabeças de uma multidão,

que alopradamente ditavam as regras,

e despertavam a incompreensão dos outros.

E como se o mundo virasse do avesso

escrevíamos em nossas músicas nossos anseios,

tentando achar refúgios em letras

e na cifras que perdíamos.

Como se tivessem mudado as estações

antes das folhas verdes caírem.

Se hoje a confiança

se confunde com a arrogância.

E nos tornamos a revolução

da nossa própria ditadura.

Saem sem ter para quem correr,

ou gritar por socorro.

E devem gritar, mas não gritam,

já que o medo é forte, e a dor desiste.

Para alguns o orgulho os guia,

para outros o arrependimento.

E olha só quem chegou

com o olhar de quem sabe que errou,

chegaram se apoiando na simpatia

para quem sabe conquistá-los de volta.

Mas, porém, omissos,

tudo no final (será?) se resolve,

pois eles não têm escolha

e sim algum pouco tempo,

para provar o que já não há.

Barbara Jimenez e Renan Marcondes - Um texto que fizemos em 2008, durante alguma aula que não queríamos prestar atenção.

Decidi postar hoje, pois amanhã estarei ausente.

2035

sábado, abril 10

Um post pessoal

Estava eu até agora pensando, pensando e não conseguindo fazer mais nada além de pensar. Mas eu não estava conseguindo mais organizar minhas idéias nem controlar o que vinha em minha mente e, na verdade eu não sei se isso é relevante, mas são 2:47h da manhã. Levando-se em consideração que eu acordei às 5:30 de ontem, fui pra faculdade e trabalhei até as 23h, eu devia estar, no mínimo, dormindo há 2 horas e 48 minutos, mas devido a esse meu começo de loucura, não o fiz e pensei: Nossa, se eu deitar agora pra dormir desse jeito de não conseguir criar uma linha de raciocínio que faça sentido, pelo menos pra mim, eu vou enlouquecer mesmo. Daí eu tive a idéia de escrever. Mas assim, eu não gosto muito de escrever sobre a minha loucura, sobre o meu descontrole, principalmente quando eu tenho em mente colocar isso na Internet. Sim, eu vou colocar isso no blog porque eu acho que as pessoas também já passaram por isso e se não passaram, por favor, não me conte.
E agora eu já esqueci em que parte eu estava do meu pensamento. Culpa de vocês, afinal tinha que fazer uma porra de uma introdução para vocês se interessarem pelo texto e agora eu esqueci. Minha mente ficou vazia, que nem quando te perguntam: que músicas você gosta? É o tipo de pergunta que requere umas duas semanas de preparação, e sempre tem um filho da puta que adora perguntar isso. Eu prefiro que me perguntem se eu já fiz coco hoje do que de que bandas eu gosto. A resposta viria bem mais fácil e o assunto também, vai por mim. Conversar sobre merda rende.
Pense que esse texto está em tempo real com a minha cabeça, TEMPO REAL. E acabo de pensar que, se eu estou em um momento de (não tenho mais vocabulário), amanhã eu nem vou estar mais assim, e não vou postar isso no blog. Eu vou me achar uma ridícula por estar nessa situação. Mas eu vou. Gente, se vocês estiverem lendo isso agora, foi uma vitória minha, aplaudam. Eu acho que o momento em que me perdi no texto, era aquele em que eu estava tentando compreender o porquê eu estava tão estranha hoje. Tipo, eu consegui sentir zilhões de coisas, quase que ao mesmo tempo e consegui ter várias opiniões e formar várias idéias que antes estavam meio obscuras e foi tudo muito rápido e eu não consegui acompanhar eu mesma. A falta de vírgulas representa o meu desespero por isso nem vou arrumar. Mas, continuando, eu estava muito acelerada e ao mesmo tempo, semi-morta. Minhas pálpebras estavam lentas. Eu estava demorando para entender o que as pessoas diziam. Aliás, o movimento delas estava me matando. Eu queria que tudo ficasse estático, que todo mundo calasse a boca, que ninguém falasse comigo e que todo mundo morresse, porque na verdade eu estava muito, MUITO crítica.
O meu problema (vocês vão achar que eu to viajando e essa vai ser a parte mais difícil de colocar no blog, mas se eu escrever, ela vai) é que eu tenho “noção demais das coisas”. Eu percebo muito. Eu tenho grandes sacadas. Eu leio as pessoas (Não, não é tarô). E vocês vão pensar: ahhh tá se achando. Mas não, não estou me achando porque não, não é tão bacana. Você percebe coisas ruins. As coisas ruins te atingem mais. Sabe aquela história? As boas, ok, não fazem mais do que a obrigação de fazer bem e nós não percebemos muito quando estamos bem. Mas as ruins incomodam muito. Foi isso que começou a me deixar meio serial killer hoje. Juro, ainda bem que eu não tinha nenhuma arma. Ainda bem que eu não tinha levado o meu guarda chuva com ponta de aço, nem o chaveiro de canivete do meu pai, nem qualquer coisa fatal, porque eu teria facilmente comedido um genocídio. Eu estava disposta a isso. E não seja hipócrita, todos nós já tivemos momentos psicopatas e por sorte, PURA SORTE, não viramos de fato psicopatas. Porque eu sei que se algo de diferente tivesse acontecido hoje, qualquer coisa, afinal hoje foi um dia extremamente normal, eu teria aparecido na televisão.Nossa, preciso dormir. É, não escrevi nada do que eu queria escrever, mas gostei do que está aqui.

Oi. Voltei. Voltei porque um filho da puta de um cachorro ridículo está latindo incessantemente há 20 minutos e eu já não estou tranqüila a ponto de deitar e dormir. O cachorro latindo e eu achando de novo que eu estava começando a enlouquecer...Levantei da cama no meio de um pensamento que era mais ou menos assim: “Algo de muito bom está acontecendo comigo.” Uh. Como eu não estava controlando muito, quer dizer que isso veio de alguma parte do meu subconsciente, então eu vou tentar traçar alguma linha para organizar o que estava lá antes dessa frase aparecer.
Revendo agora, e com calma, eu ainda concordo com isso: O fato de assumir estar mal por algo que eu sempre tive e sempre ignorei. Eu sempre ignorei minha tristeza em ver certas coisas, em observar certas atitudes. Eu me podava de me inconformar, ligava um foda-se e que se foda. Eu aguentava tudo isso que me incomodava, na real, eu engolia mesmo. Sem mastigar. Era preguiça de ir contra, de tentar explicar para alguém aquilo. Eu realmente subestimava e subestimo a percepção das pessoas, mesmo porque eu não sei quem se sente igual a mim e porra, puta preguiça de chegar pra alguém que você acha que pensa ou sente igual a você e ouvir um: Ah é? Nem vi. Nem percebi. Nem acho. Às vezes a pessoa até se ofende porque ela é aquilo que você está falando mal ou criticando. Porque 98% das pessoas é, e por isso eu acho que o problema é comigo mesmo.
Vou mais além, eu não pensava muito antes de fazer e fazia sem critério. Eu tinha preguiça de não gostar de algo, porque a maioria das coisas eu não gosto e eu seria uma pessoa muito insuportável e chata se eu não gostasse de quase tudo então eu mais ou menos gostava de tudo. Isso quer dizer que eu não gostava muito de nada. Eu não sou apaixonada por nada. Eu não me fascino pelas coisas. E tudo vem do fato de eu não gostar de quase nada e não ter coragem de assumir que eu não gosto e ponto e não me faça comer comida japonesa porque eu não gosto e não vou aprender a comer peixe cru porque eu não gosto e pronto e não me faça falar gírias em inglês porque eu não tô nem aí se você fala inglês fluente, eu não falo e não vou fingir que eu entendi e que achei muito legal. Eu não tinha isso. Não devo ter ainda. E hoje isso começou a me cansar demais. De por ter preguiça de ir contra muita, muita coisa, eu tenho que ir a favor de outras que eu não quero ir. Chegou o ponto que, agora sim, é muito mais difícil eu ir a favor do que eu não quero. Isso é difícil porque muda tudo, né? Muda toda uma atitude, modo como você fala e como você cala. Muda todo um pensamento, ele fica meio que mais liberto, mas isso também é meio perigoso.
Hahahaha, me veio uma coisa agora na cabeça... Não pensem que eu vou começar a discutir com todo mundo sobre tudo, tentando desentortar as coisas, Deus me livre! Eu, heim. A mudança da qual eu estou falando é de preguiças. Antes eu tinha preguiça de uma coisa, agora eu tenho de outra e isso vai mudar só pra mim. Tipo, sei lá se vai refletir em algum ponto, em algum setor da minha vida, sei lá, espero que sim. Mas esse não é o principal objetivo. O principal é que eu presenciei uma mudança na minha personalidade, que vem acontecendo faz tempo, mas que se acelerou em horas atrás e eu consegui entender pelo menos a ponta do iceberg. Pronto, agora posso dormir e uma feliz coincidência aconteceu: o cachorro parou de latir.

sexta-feira, abril 9

Divagações sobre arte contemporânea

Como a arte contemporânea se comporta em um prisma mais específico? Como se traduz essa linguagem ainda indefinida em uma São Paulo d séc. XXI totalmente movida pela rapidez e que demanda um conhecimento apenas superficial de quem aqui mora? Qual a necessidade e a viabilidade de se aprofundar para a compreensão de uma obra? Esse aprofundamento é necessário ou ele conduz a uma descaracterização e conseqüente perda da qualidade da obra por requerer algo além dela para sua totalidade? A arte contemporânea necessita sempre de um estudo e pesquisa além-obra para a compreensão total? Se sim, há uma elitização da arte? E essa elitização é correta e imutável ou há a possibilidade de se realizar algo que atinja a todos de uma mesma maneira?
Existem, na minha opinião, discussões muito sérias acerta da arte contemporânea e qual o valor dessa contemporaneidade na produção, propostas e leituras de obras. Em um período onde a conceituação da obra possui um valor quase tão grande quanto ela própria, pergunto-me se estamos realmente indo para o caminho correto ao requerer todo um conhecimento prévio e desenvolvimento pessoal próprio de interesse para a busca dos significados e pesquisas de um autor ao produzir uma obra. Qual a reação das pessoas em um momento onde a arte, a qual denominamos apenas contemporânea por estar situada ao mesmo tempo que o nosso, não possui um viés específico pelo qual podemos situá-la e estruturá-la, portanto, não temos controle sobre ela. Não conseguimos catalogá-la corretamente, ou estabelecer temas e poéticas constantes, e isso, como tudo que é desconhecido e portanto, pode possuir poder maior ao próprio homem, nos assusta.
Viso, dessa forma, registrar algumas preocupações, questões, dúvidas e desenvolvimentos pessoais do meu trabalho levantados durante os anos de pesquisa na Faculdade de Artes Visuais. Por não ter a preocupação de tratar de um tema específico da arte e sim, passar por alguns pontos que certamente surgirão durante pesquisas e estudos, os temas tenderão a variar desde a importância da arte-educação e de como ela é ministrada em muitas escolas do Ensino Médio no início desse século até a importância de certos elementos no meu trabalho. Acredito que o legado escrito de uma produção gera uma visão totalmente diferente ao lidar com as obras de um artista a posteriori. As anotações de pesquisa e desenvolvimento de um trabalho são títulos, tintas e linhas que também fazem parte da obra, e são requeridas para sua compreensão total. Na verdade, ao falar isso, caio na primeira contradição de muitas que com certeza me deparei por aqui. Acredito fortemente da necessidade de clareza na arte, pois ela não é apenas para os críticos, parcela da população e estudantes que tiveram acesso ao seu conteúdo e desenvolvimento. A arte, principalmente em uma sociedade com tanta necessidade de fuga e escape do cotidiano que exige uma absorção absurda de informações a toda hora, não pode requerer que o espectador possua um conhecimento prévio para o entendimento da obra, o que não significa que ele não possa passar por um período de não-compreensão. Porém, há que se ter uma resposta pessoal, acredito que quase involuntária, que ache um significado e resposta para o que foi visto. Mas a obra não deve ir além dela, deve ser apenas a obra. Ela, por si só, já é infinita, e, se bem realizada, já contem tudo o que deve conter. Por outro lado, acredito na importância da documentação escrita para a compreensão dos objetivos e processos utilizados para se chegar no resultado final. Nesse caso, o acesso é de complementação, não necessidade primária para compreensão. OS escrito de um artista não devem ser necessários para a compreensão em primeira instancia, e sim para um desenvolvimento e desdobramento do espectador que tiver necessidade de desenvolver os pensamentos estimulados pela obra vista.
Existe, por parte da crítica especializada, curadores e público de arte em geral, a necessidade de uma teorização para qualquer tipo de produção que tiver a premissa de ir ao público e ser difundida na sociedade. Tanto já foi visto e discutido pela arte, incluindo sua própria função e utilidade, que a busca por temas e conceitos tomou níveis que simplesmente não correspondem com a outra parcela da sociedade que não “vive” arte. Ao tratar desse tema, é necessário abrir um parenteses para o Brasil e sua relação com a arte, pois possuímos uma cultura popular onde a arte contemporânea não está incluída como deveria, alias, todo o tipo de arte passada durante os anos de formação é, ao meu ver, totalmente deturpada e ocidentalizada, muitas vezes focando em conceitos, épocas e estilos que visam somente na aprovação em um vestibular e que não oferecem ao aluno a amplitude da arte e, portanto, não despertam o interesse dos jovens em se aproximar da arte. Por vir de uma longa data esse tipo de ensino que limita o desenho logo na primavera do desenho infantil, como estudado por Edith Derdyck no seu livro “Formas de se pensar o desenho”, e que apresenta a arte de forma totalmente maçante de desestimulante(salvo raríssimas exceções de professores conscientes e que se auto-estimulam para a pesquisa de arte-educação, visto que toda essa teoria e informação está muito direcionada apenas a quem tem o interesse prévio de procura-la); há a criação de um ciclo vicioso, onde pais também não estimulam esse tipo de interesse dentro de casa e que termina por criar um distanciamento da grande massa da arte e da busca da sua compreensão pessoal do que ela representa, situação que é totalmente ignorada por muitos dos estudiosos da arte, que criam uma utopia em suas cabeças onde todos, de alguma forma, respondem à arte de alguma maneira, mesmo sem instrução prévia ou costume com a prática de se ver arte. Há, principalmente nessa geração, um enorme preconceito que deriva tanto dessa metodologia precária e mal-estruturada de uma sociedade que visa muito mais outras áreas do conhecimento em detrimento das artes, quanto da situação já mencionada do desconhecido, do estranho, que em qualquer situação, gera um primeiro afastamento e receio por parte do homem.
Em meio aos próprios estudantes que dividem o espaço universitário comigo e que são oriundos dos mais diferentes locais e culturas, encontro um gigante preconceito em relação à arte contemporânea que realmente vem de uma cultura familiar onde arte ainda era mímese, ou seja, havia ainda padrões antigos de representação que eram tidos como verdade absolutas, como proporção, medidas, semelhança, suportes-padrão, enfim, toda uma cultura artística que vem sido rompida desde o impressionismo. Para pessoas que se originam desse tipo de cultura, o contato com a arte contemporânea é muito tortuoso e de difícil acesso e compreensão, assim como a conceitualização da arte e seu feitio dado a a partir de um propósito. Esse tipo de pensamento é totalmente inconcebível, afinal o fazer artístico, devido a esse aspecto cultural, ainda relaciona-se com o lazer, com o “fazer porque é legal”, com um contato muito pueril com a arte que é reforçado dentro das próprias instituições de ensino pelo Brasil, que estimulam a arte como mimese, totalmente ocidentalizada e dividida historicamente de forma “falsa” e burocrata. Compreende-se que há de se respeitar um currículo geral e muitas vezes as artes realmente devem dar espaço a outras matérias escolares, mas o modo como ela é apresentada deve ser fortemente repensado dentro das instituições de ensino. O governo brasileiro, por um lado, vem tentando implantar nas escolas, através de folhetos e apostilas explicativas, novos tipos de meios artísticos, como instalação, performance, audiovisual, e deve-se considerar isso como um avanço importante, mas partindo do pressuposto que nem sempre esse conteúdo é passado e visto adequadamente, e que todo esse conteúdo a mais requer uma base muito forte dos meios artísticos comuns à história da arte, percebe-se como o passo dado é pequeno em relação ao tamanho do problema enfrentado no ensino de arte no Brasil.
Outro fator que acredito ser crucial no ensino da Arte pré-especialização durante a vida acadêmica é a integração das artes, que na verdade, remetendo à Hélio Oiticica, não se integram, pois não são coisas diferentes, e sim, uma só arte. É necessário um primeiro contato a todas as artes desde muito cedo para habituar e estimular os sentidos e acostumá-los com o contato co a arte. Estamos criando uma geração onde há um enorme preconceito em relação ao que é antigo, de música clássica a peças de Sófocles, pelo simples fato já mencionado da não-compreensão pela falta de costume. É preciso guiar os gostos e habituá-los ao que é espiritualmente saudável ao ser humano. A produção artística que se direciona às grandes massas, falando na sua totalidade, é muito fútil, desprovida de significados, pois se aproveita desse preconceito desenvolvido e cria algo de facílima compreensão e que, muito geralmente, liga-se a algum aspecto lúdico e prazeroso da vida que gerará uma receptibilidade enorme por parte do espectador, que é diretamente relaxado e acalmado por aquela superficialidade tremenda(vide os quadros de Romero Britto estampados em caixas de sabão em pó ou funks que repetem a mesma frase durante 5 minutos como a letra mais procurada do semestre). Temos que reverter esse processo de imbecilização e alienação da sociedade o quanto antes pois já foi percebido por muitos que trabalhar em cima da ignorância gera um enorme dinheiro. Não falo de erudição pois é totalmente impossível aprofundar-se em nossa cultura de superfície, Wikipedias e Google, onde, de acordo com Jorge Larrosa, a informação entra como negadora da experiencia.
Ao normalizar um contato com as artes clássicas e a produção significativa dos seculos anteriores, estaremos certamente preparando nossa sociedade para uma compreensão da atual produção contemporânea, não somente nas artes visuais, mas em todas as formas de artes, além de facilitar o entendimento do entrelaçamento entre as diferentes áreas artísticas e como ocorre o diálogo entre elas.

quarta-feira, abril 7

Passa o filtro ae!

Olha ai, vim falar dessas três figuras:


Parece mais que entrarei num colapso de piadas e tiradas, lições de moral e tudo mais, não é? Pois bem, pasmem, vim defendê-los.

Como? É isso ai, defendê-los. Há muito que a TV, e todo mundo vem criticando-os sem peneirar absolutamente nada, sem nem ao menos dar o devido crédito merecido. - Para de rir, é sério.

Figura 1; Pedro Bial (Pedrãoo, Bial! Que seja)

Eu como historiadora em formação e aspirante a filósofa, já critiquei muuuito os textos de Bial, seus discursos pré-paredão e todas as suas matérias em colunas na internet. Fato. Porque o cara é formado em jornalismo e faz alusões a textos clássicos de forma superficial. Mas ele é de fato muito inteligente, de fato atencioso e com gostos peculiares.

Pedro Bial fez de um programa com índole horrível, fútil ao extremo, cruel e que instiga o julgamento de pessoas sem conhecê-las; um verdadeiro su-ce-sso. Eu assisto BBB, e esta ultima edição eu vi se não todos os dias, quase todos. É um fenômeno nacional que emociona as pessoas, e nos atrai para a individualidade de outros que não a nossa mesma.

Pedro Bial, mostrou-se numa ultima entrevista a uma revista, muito sensível e cansado á toda essa bagagem de críticas que vem recebendo, ao fato de todos não saberem diferenciar o Bial que trabalha para o BBB, e o Pedro jornalista que apenas gostava de fazer matérias sobre política, saía com o Cazuza e acompanhou guerras de perto (onde inclusive perdeu parcialmente a audição de um ouvido).

Ele me ganhou sim. Não por inteira. Mas um pouco mais de filtro em minhas críticas.

Próóóximo; Ty Penningotn (Acho lindo, mas isso não tem nada a ver com o post)

“Gooooooooood Morniiiing Family Shnevernevers!” Ok, eu sei. Ele grita muito mesmo.

Para quem não sabe, o Ty é o apresentador do Extreme Makeover Home ediction. Ou seja, o cara que demole casas nos EUA e as constrói de forma fantástica depois. O que acontece é que as críticas montam em cima do coitado e do programa, porque eles constroem casas para famílias que não podem mantê-las, pois virão mansões. Ou criticam porque eles fazem quartos para as pessoas temáticos demais, que chegam a parecer estarem vivos.

Na minha opinião são verdadeiras obras primas, e eu vou defendê-lo agora; Primeiro lugar se a família não tem dinheiro para mantê-la, venda a casa! Simples assim. Ahh, mas como vão vendê-la com aqueles quartos? Ah gente, quem tem dinheiro para comprar uma mansão daquelas tem dinheiro para reformar a mobília de um quarto. E outra, toda edição ele ajuda as famílias economicamente também, dando investimento e impulso nos negócios falidos que havia. Ou seja, ponto. Deixem-no em paz.

“MOVE THAT BUS!” – Ta, parei.

Próóóximo; Fausto Silva! (É o Faustão.)

Yes, o cara mais chato dos domingos. Interrompe mesmo, fala um monte de abobrinha, lê os scripts errado, deixa as pessoas em situações constrangedoras, e faz cirurgia até parecer uma azeitona seca espetada em um palito de dente. Tudo isso é verdade? É. Mas ele é bom.

Oi? Uma pessoa boa. Faustão, ajuda artistas que estão sem trabalho e passando por dificuldades. Artistas da Globo têm zilhões de oportunidades, mas quando ela enjoa deles, acaba. Nada mais aparece e eles passam por apertos igual qualquer um de nós. O Faustão os ajuda não só financeiramente, mas a voltar de volta aos eixos.

Por isso que eles se submetem a ir lá, e passar por toda aquela confusão que é o Domingão do Faustão. Porque o cara é legal.

É isso ai, e é por isso que meu voto vai para o Gugu.

terça-feira, abril 6

Nunca é apenas uma perna.

"Ahab, durante a primeira batalha, tinha fincado um arpão no dorso de Moby Dick, daí veio-lhe a idéia de arrancar a perna do capitão. "

Não sei por que, em algum momento da minha vida decidi ler Moby Dick. Um livro de umas 600 páginas, clássico, mas chato pra caramba. Lento, muito lento. Mas você só percebe o motivo dele ser lento depois que termina. É lento porque a procura pela baleia é lenta.

Tá, mas e daí? Que lição você tira disso tudo?

Bom, deixa eu contextualizar. O fodão dessa história é o Capital Acab, o cara que manda no barco e bota a vida de todo mundo em risco pra conquistar seu objetivo.

O Capitão Acab (ou Ahab) é o baleeiro que parte atrás de Moby Dick, a baleia que lhe levou uma das pernas.

E todo mundo já teve algo ou alguém - humano, animal, vegetal ou mineral - que lhe levou algum pedaço, mais ou menos físico ou mais ou menos emocional ou seja lá qual for a densidade com a qual você se identifica mais, nesse caso.

Eis a primeira vez em que o capitão é mencionado mais longamente no romance, num diálogo entre o narrador Ismael e o outro capitão:

- E que queres tu com o Capitão Acab? Já está tudo certo; fazes parte da tripulação.
- Sim, mas gostaria de vê-lo.
- Mas não acho que possas no momento. Não sei exatamente o que se passa com ele, mas mantém-se trancado dentro de casa, como se estivesse doente, e não parece estar. Na verdade não está doente; mas também não está bom. De qualquer modo, rapaz, não é sempre que ele me quer ver, assim não acho que queira ver-te. É um homem estranho, o Capitão Acab - acham alguns -, mas é bom. Oh, tu gostarás bastante dele; não receeis. É um homem imponente, incrédulo, divino, o Capitão Acab; não fala muito; mas, quando fala, deves prestar-lhe atenção. Olha, fica avisado: Acab está acima do comum; esteve em faculdades, assim como entre canibais; acostumou-se com prodígios maiores do que as ondas; cravou sua lança impetuosa em inimigos mais poderosos e estranhos do que as baleias. Sua lança! Sim, a lança mais aguda e certeira entre todas as de nossa ilha! Oh! Ele não é o Capitão Bildad; não ele não é o Capitão Peleg; ele é Acab, rapaz; e Acab, bem sabes, foi outrora um rei coroado!

Quando um cara desses perde uma perna para uma baleia, ele não volta mais pela perna. Ele perdeu muito mais.

Nunca é apenas uma perna.