sábado, abril 10

Um post pessoal

Estava eu até agora pensando, pensando e não conseguindo fazer mais nada além de pensar. Mas eu não estava conseguindo mais organizar minhas idéias nem controlar o que vinha em minha mente e, na verdade eu não sei se isso é relevante, mas são 2:47h da manhã. Levando-se em consideração que eu acordei às 5:30 de ontem, fui pra faculdade e trabalhei até as 23h, eu devia estar, no mínimo, dormindo há 2 horas e 48 minutos, mas devido a esse meu começo de loucura, não o fiz e pensei: Nossa, se eu deitar agora pra dormir desse jeito de não conseguir criar uma linha de raciocínio que faça sentido, pelo menos pra mim, eu vou enlouquecer mesmo. Daí eu tive a idéia de escrever. Mas assim, eu não gosto muito de escrever sobre a minha loucura, sobre o meu descontrole, principalmente quando eu tenho em mente colocar isso na Internet. Sim, eu vou colocar isso no blog porque eu acho que as pessoas também já passaram por isso e se não passaram, por favor, não me conte.
E agora eu já esqueci em que parte eu estava do meu pensamento. Culpa de vocês, afinal tinha que fazer uma porra de uma introdução para vocês se interessarem pelo texto e agora eu esqueci. Minha mente ficou vazia, que nem quando te perguntam: que músicas você gosta? É o tipo de pergunta que requere umas duas semanas de preparação, e sempre tem um filho da puta que adora perguntar isso. Eu prefiro que me perguntem se eu já fiz coco hoje do que de que bandas eu gosto. A resposta viria bem mais fácil e o assunto também, vai por mim. Conversar sobre merda rende.
Pense que esse texto está em tempo real com a minha cabeça, TEMPO REAL. E acabo de pensar que, se eu estou em um momento de (não tenho mais vocabulário), amanhã eu nem vou estar mais assim, e não vou postar isso no blog. Eu vou me achar uma ridícula por estar nessa situação. Mas eu vou. Gente, se vocês estiverem lendo isso agora, foi uma vitória minha, aplaudam. Eu acho que o momento em que me perdi no texto, era aquele em que eu estava tentando compreender o porquê eu estava tão estranha hoje. Tipo, eu consegui sentir zilhões de coisas, quase que ao mesmo tempo e consegui ter várias opiniões e formar várias idéias que antes estavam meio obscuras e foi tudo muito rápido e eu não consegui acompanhar eu mesma. A falta de vírgulas representa o meu desespero por isso nem vou arrumar. Mas, continuando, eu estava muito acelerada e ao mesmo tempo, semi-morta. Minhas pálpebras estavam lentas. Eu estava demorando para entender o que as pessoas diziam. Aliás, o movimento delas estava me matando. Eu queria que tudo ficasse estático, que todo mundo calasse a boca, que ninguém falasse comigo e que todo mundo morresse, porque na verdade eu estava muito, MUITO crítica.
O meu problema (vocês vão achar que eu to viajando e essa vai ser a parte mais difícil de colocar no blog, mas se eu escrever, ela vai) é que eu tenho “noção demais das coisas”. Eu percebo muito. Eu tenho grandes sacadas. Eu leio as pessoas (Não, não é tarô). E vocês vão pensar: ahhh tá se achando. Mas não, não estou me achando porque não, não é tão bacana. Você percebe coisas ruins. As coisas ruins te atingem mais. Sabe aquela história? As boas, ok, não fazem mais do que a obrigação de fazer bem e nós não percebemos muito quando estamos bem. Mas as ruins incomodam muito. Foi isso que começou a me deixar meio serial killer hoje. Juro, ainda bem que eu não tinha nenhuma arma. Ainda bem que eu não tinha levado o meu guarda chuva com ponta de aço, nem o chaveiro de canivete do meu pai, nem qualquer coisa fatal, porque eu teria facilmente comedido um genocídio. Eu estava disposta a isso. E não seja hipócrita, todos nós já tivemos momentos psicopatas e por sorte, PURA SORTE, não viramos de fato psicopatas. Porque eu sei que se algo de diferente tivesse acontecido hoje, qualquer coisa, afinal hoje foi um dia extremamente normal, eu teria aparecido na televisão.Nossa, preciso dormir. É, não escrevi nada do que eu queria escrever, mas gostei do que está aqui.

Oi. Voltei. Voltei porque um filho da puta de um cachorro ridículo está latindo incessantemente há 20 minutos e eu já não estou tranqüila a ponto de deitar e dormir. O cachorro latindo e eu achando de novo que eu estava começando a enlouquecer...Levantei da cama no meio de um pensamento que era mais ou menos assim: “Algo de muito bom está acontecendo comigo.” Uh. Como eu não estava controlando muito, quer dizer que isso veio de alguma parte do meu subconsciente, então eu vou tentar traçar alguma linha para organizar o que estava lá antes dessa frase aparecer.
Revendo agora, e com calma, eu ainda concordo com isso: O fato de assumir estar mal por algo que eu sempre tive e sempre ignorei. Eu sempre ignorei minha tristeza em ver certas coisas, em observar certas atitudes. Eu me podava de me inconformar, ligava um foda-se e que se foda. Eu aguentava tudo isso que me incomodava, na real, eu engolia mesmo. Sem mastigar. Era preguiça de ir contra, de tentar explicar para alguém aquilo. Eu realmente subestimava e subestimo a percepção das pessoas, mesmo porque eu não sei quem se sente igual a mim e porra, puta preguiça de chegar pra alguém que você acha que pensa ou sente igual a você e ouvir um: Ah é? Nem vi. Nem percebi. Nem acho. Às vezes a pessoa até se ofende porque ela é aquilo que você está falando mal ou criticando. Porque 98% das pessoas é, e por isso eu acho que o problema é comigo mesmo.
Vou mais além, eu não pensava muito antes de fazer e fazia sem critério. Eu tinha preguiça de não gostar de algo, porque a maioria das coisas eu não gosto e eu seria uma pessoa muito insuportável e chata se eu não gostasse de quase tudo então eu mais ou menos gostava de tudo. Isso quer dizer que eu não gostava muito de nada. Eu não sou apaixonada por nada. Eu não me fascino pelas coisas. E tudo vem do fato de eu não gostar de quase nada e não ter coragem de assumir que eu não gosto e ponto e não me faça comer comida japonesa porque eu não gosto e não vou aprender a comer peixe cru porque eu não gosto e pronto e não me faça falar gírias em inglês porque eu não tô nem aí se você fala inglês fluente, eu não falo e não vou fingir que eu entendi e que achei muito legal. Eu não tinha isso. Não devo ter ainda. E hoje isso começou a me cansar demais. De por ter preguiça de ir contra muita, muita coisa, eu tenho que ir a favor de outras que eu não quero ir. Chegou o ponto que, agora sim, é muito mais difícil eu ir a favor do que eu não quero. Isso é difícil porque muda tudo, né? Muda toda uma atitude, modo como você fala e como você cala. Muda todo um pensamento, ele fica meio que mais liberto, mas isso também é meio perigoso.
Hahahaha, me veio uma coisa agora na cabeça... Não pensem que eu vou começar a discutir com todo mundo sobre tudo, tentando desentortar as coisas, Deus me livre! Eu, heim. A mudança da qual eu estou falando é de preguiças. Antes eu tinha preguiça de uma coisa, agora eu tenho de outra e isso vai mudar só pra mim. Tipo, sei lá se vai refletir em algum ponto, em algum setor da minha vida, sei lá, espero que sim. Mas esse não é o principal objetivo. O principal é que eu presenciei uma mudança na minha personalidade, que vem acontecendo faz tempo, mas que se acelerou em horas atrás e eu consegui entender pelo menos a ponta do iceberg. Pronto, agora posso dormir e uma feliz coincidência aconteceu: o cachorro parou de latir.

2 comentários:

  1. Eu estou muito orgulhosa de você.
    Parabéns não é a palavra adequada para esta situação, mas com certeza a intenção é.

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  2. Acho que é no momento que eu leio o que você escreve, que eu mais me identifico com você. Gosto muito dos teus textos, mesmo que as vezes eu pule uma parte, eu volto por algum motivo. beijo Ná!

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