domingo, novembro 29

Antes de Chover/ Depois de Chover

Para quem não sabe, sexta, 27, foi o show do AC/DC, no estadio do Morumbi.

Primeiro, a animação. Ahhh, como eles adoram uma pornozinha.


Pelo que eu consegui assimilar em meio à tanta empolgação, no trem 666 que o Angus vermelho, vermelhaço, vermelhuço estava socando o pau na velocidade, umas gostosinhas chegaram sensual seduction, e já sabe né, a velha história. Mas elas prendem ele e quebram a porra o trem, que fica sem controle. Mas ele consegue se soltar, pega a guitarra e começa o show com o trem meio que invadindo o palco (eu estava tão tensa que só fui efetivamente me dar conta da locomotiva no palco na terceira música.)


E às 21:30h e alguns minutos, Angus dá sinal de vida e a histeria atinge a todos. Todos. O estádio já estava bonito, com os flashes. Mas os chifrinhos fizeram toda a diferença. Se não custassem 20/15 reais, eu também participaria disso.

O primeiro grande momento foi o sino descendo e o Brian se pendurando nele. Quando ele estava tomando distância, as pessoas começaram a ter reações das mais diversas, só para citar, uma dupla do meu lado, ensaiava desmaios. O segundo grande momento, (vou excluir a parte do solo do Angus, pq eu, de verdade, não tenho palavras) foi TNT, eu achei que eu fosse vomitar de tanto pular.


Fiquei realmente surpresa com o que aqueles vovôs são capazes de fazer. Que eles eram bons, eu tinha certeza, mas sentir isso na pele foi outra história. Entre gritos histéricos e urros guturais, eu tinha vontade de pegá-los no colo, levá-los para a minha casa e niná-los.


Ainda bem que a Lady Laura não foi, sabe-se lá o que ela seria capaz de fazer com aquelas delicinhas da terceira idade (Sim, eu me casaria com o Angus hoje, agora)


Muito bem produzido, caprichado, pontual. Me satisfez (satisfez-me).

A foto para a eternidade:



Antes do show porém, vários apuros.
Pra começar, quem abriu o show foi o Nasi,acho que esse foi o maior dos apuros. Enquanto ele estava tocando Raul Seixas estava só ruim, mas ele perdeu bastante a noção no setlist e o que a gente achou que não dava, piorou. Tudo bem.

O caminho até a FEI foi sofrido, pegamos o ônibus na rua errada. Descobrimos que baldiação de ônibus existe. Chegamos lá, para pegar carona até o Shopping Morumbi, com 50 minutos de atraso. Entramos no carro finalmente. Mas o nosso velho amigo trânsito estava lá, paradinho, para nos acalmar (Leia: passar mal de ansiedade).
Chegando no shopping Morumbi, só faltava descobrir uma coisinha... Como chegar no estádio? Parar cabeludos pelo caminho e perguntar para onde eles estavam indo? Sim, fizemos isso, mas eles não falavam português muito bem e estavam de carro (lotado). Foi o gente fina do segurança que falou: Não! Esse ônibus aí que vocês acham que tem que pegar (é, a Bá foi com uma linha de ônibus, mas ninguém conhecia) tá errado. Faz o seguinte, vai em tal ponto e pega tal ônibus.
Grande homem! Certinho. Encontramos pessoas com o mesmo destino que o nosso, mas vindas de lugares completamente diferentes, dentre eles, Goiás, Belém e Rio de Janeiro. Adotamos esse último. Demos de comer, beber e proteção da chuva, hauahuahua. Ciro, estudante de história da UFRJ.
Já no estádio, despedimo-nos dos nossos amigos de percurso e demos uma volta gigande no estadio inteiro, pois fomos pelo lado errado, tudo bem, vimos as caras de todas as pessoas que iriam assistir o show, encontramos todo mundo que tinhamos que encontrar (Hey Isadora-dora-dora) e, tendo ideia do tamanho da nossa fila, cortamos. Entramos na frente na cara dura, correndo o risco de apanhar daquele povo bêbado, grande e louco por AC/DC. E justamente por também sermos a última coisa, arriscamos. Deu certo e pegamos um lugar ótimo no nosso setor. Nem acreditei.
Mas nem tudo é perfeito e o problema é que esse lugar era descoberto, logo, vocês já podem concluir que tomamos a maior chuva do mundo, só conseguindo proteger de verdade as nossas coisas eletrônicas (E nem isso com muito sucesso: o celular da Bá, caiu na poça). Tudo bem de novo, capa de chuva, que mais parece sacolinha de supermercado mas custando os dois olhos da minha cara, é tendência. E nós usamos. Mas o Arco-Íris, que se formou depois até que deu uma recompensadinha de leve.

sábado, novembro 28

Lady Laura



Estava eu, na minha peregrinação diária desde São Paulo até minha roça...digo, cidade de São Bernardo do Campo, indo de metro, para tróleibus, para onibus, voltando para metrô, andando a pé, etc.

Na etapa do tróleibus, durante o meu semi-sono, começo a ouvir alguma pessoa gritando pelo ônibus. Ótimo, mais algum louco brigando com o motorista ou pedindo pra descer no ponto desejado.

Mas não.

O grito era, da auto-denominada Lady Laura, uma senhorinha de uns 80 anos, cabelinho branco, curtinho, baixinha e louca.

Repito: Louca.

Todo o diálogo dela com as pessoas do tróleibus foi mais ou menos assim:


"Oi motorista lindo!Tu é um velinho enxuto hein? Ah, é desses que eu gosto mesmo, tem que ser macho assim, ai motorista lindo, você é um gostoso, como eu queria te amar todinho!

É isso que eu faço gente, eu amo! (Gritando) Lady Laura ama todo mundo, espalha amor pra todos, a gente tem que ser feliz, amar muito...(cantando)viver! Enão ter a vergonha de ser feliz...

Ai gente, eu adoooro Açaí! Como Açaí de todo jeito, Açaí é bom né? Mas sõ não é melhor que maçho, ai eu adoooro macho, tem que ser um velhinho gostoso igual esse sentado do meu lado, como é seu nome, velhinho lindo?

...

Velhinho???? Lady Laura está falando com você e dizendo que você é muito lindo! Diga: obrigado, Lady Laura!

...

Diga!

(velhinho tenso:) Obrigado, Lady Laura.

Isso! Ai, você é uma delicia, queria te comer igual Açaí, te lambuzar de Açaí e te comer todinho. Ai, eu já amei tanto, amei Portugueses, Espanhóis, Alemães. Ai como a Lady Laura amou! Assim como eu amo Açaí.

Ai que gente linda nesse onibus, vou me mudar para SBC, aqui só tem gente linda. Diferente de onde eu moro, lá só tem viado, cm piche no umbigo, piche na bunda...(ela repetiu isso umas 17 vezes), mas aqui não, aqui tem uns velhinhos lindos para mim.

Velhinho, você é lindo! Diferente daquele cara que faz o safado da novela! Odeio ele! Agora, você não, é magrinho do jeito que eu gosto, adoro velho magro!

La la raaaaa(cantarolando) Laaaa RAAAAA(em falsete)Tenhuuuuviolãoqueprasnoitedechuva...Temumavaradnaqueminhaiquiésua..."

E manteve-se nisso durante os 40 minutos até o terminal Ferrazópolis.


Era louca? Sim. Com uma taxa de açaí altíssima no sangue? Sim. Sem o menor pudor ou tato com as pessoas? Sim.

Mas quando ela desceu, algo havia mudado entre as pessoas. Elas sorriam umas pras outras, olhavam-se nos rostos e falavam: "Nossa, que jovialidade!"


E eu concluí que sim, o mundo precisa de gente louca.

quinta-feira, novembro 26

Algumas coisas a serem ditas.


Resolvi postar em tópicos hoje.

- Espero ser perdoado por não ter postado na semana passada. Acontece que eu fui viajar a trabalho e não tive como entrar aqui e escrever.

- Gothart (na foto) é muito foda. Deu vontade de ouvir esses dias... Você provavelmente nunca ouviu (a não ser que você seja a Barbara), e não deve saber que está perdendo o melhor do folk-pop da península balcânica.

- Amanhã (finalmente) é o dia da entrega dos curtas do projeto de rodízio. Infelizmente, após um longo semestre, 7 curtas e muitas noites sem dormir (compensadas por algumas tardes bem dormidas após o almoço), ainda não acabamos essa bodega. Felizmente, já terminei tudo que era responsabilidade minha. Vou dormir tranquilo, enquanto meus colegas de grupo cumprem seus deveres atrasados.

- Ainda tenho que acabar um relatório do Acossado, de Jean-Luc Godard. O filme é legal, mas fazer relatório definitivamente não é.

- O álbum novo do John Mayer é legal. Não é o melhor, mas é bacana.

- Glee também é legal.

- Não consigo parar de ouvir 867-5309/Jenny, do Tommy Tutone.

- O Orkut novo não tem nada de especial, mas eu gostei de poder trocar a cor.

- Hoje eu vi uma filmadora 35mm Arriflex que custa entre R$600.000 e R$800.000. Pensei em roubar pra comprar uma casa.

- Quero MUITO ir pra Escócia.

- Fabrício: sentiremos saudade.

Por enquanto, é isso que quero dizer.

Brzy se uvidíme.

quarta-feira, novembro 25

'Generus familis'


Que estudar com irmãos em plena crise dos 13/14 anos é difícil, todo mundo sabe. Agora o que eu deveria fazer, quando o Tarik me entra batendo a porta do meu quarto – entendam não é batendo na porta -, fazendo-me errar toda a configuração eletrônica do Xe, se jogando imundo na minha cama branca e dizendo:

- Preciso de ajuda em História.

- Tudo bem, mas antes fecha a porta e sai da minha cama, porque você está parecendo carvão. E espera 10 min, eu preciso acabar um negócio aqui...

Esperar é para fracos. Iniciou-se um show de reclamações com censura, segundo ele, eu não fizera nada o dia todo, ele precisava fazer isso rápido e...

- Ahhh ta, o que é?

- Porque você sabe né, eu sei tudo sobre Glasnot e Perestroika que é uma das matérias, mas minha dúvida mesmo é o que é a questão palestina, o que são os judeus, quando aconteceu, porque, e o que a ONU tem a ver com isso?

Levei um soco no estômago, ia ser fácil, só porque foi um parto para ele entender Pitágoras?! O quê, Oriente médio? Aquela bagunça, que eu tive que fazer uma pesquisa de um semestre para entender?! Fichinha, ta pra mim.

- Nossa Tarik, senta ai no chão. Foi assim, em 1947 a ONU criou o Estado de Israel...

- Não, para. Eu quero sem datas.

- Ah, mas eu preciso delas pra me localizar.

Duas horas de discussão, e ok, ele me deixou continuar apenas citando as datas.

- Então, em 1947 a ONU criou o Estado de Israel, o que acabou separando muitos Palestinos e diminuindo alguns territórios... Então Israel iniciou uma guerra com o Egito, onde a URSS e os EUA tiveram participação... Depois, teve a Guerra dos Seis Dias...

- Paaarrraaaaaaaaaa. Não complica, se liga, eu só quero saber o que os judeus tem a ver!

- ?

- Quem são eles?

- Como assim, quem são eles? A maioria está em Israel, mas é o que eu estou tentando te dizer, lá também tem católicos, islâmicos...

- E quem são os árabes e porque eles ainda estão brigando?

- Árabe é uma etnia... Entendi, você não sabe o que é religião e etnia, não é? Eu te explico...

- Fala logo!

Ele brigou tanto comigo, que quando percebi eu estava com uma cara de idiota gritando:

- Eles brigaram TARIK! Brigaram! TODOS ELES! Misturaram religião e política numa panela e agora todo mundo quer a casa e o sangue de todo mundo!!! Que saco! Como você quer que eu te explique uma questão em UMA frase, que pessoas envolvidas em POLITICA! NA FACULDADE! Ainda se esforçam para entender?! Que droga, vai embora daqui! Vai ler a bíblia menino!!

- Ahhh, você não explica nada direito.

- **###!!!!gdh?!##@ - Eu sou uma pessoa pura e delicada quando se trata ignorância, como vocês podem ver.

________

Não quis fazer um post sobre quem perdemos. Não me dei esse espaço, embora quero que todos saibam o quanto o Fabrício nos fará falta e foi especial.

Só esperamos que ele esteja bem, pois não há palavras para descrever o que passamos ontem, e agora e sempre. Quem dirá o que a família sentirá.

Bem.

terça-feira, novembro 24

Neon

Ela: -Me encontre naquele lugar, naquela hora.

Ele: -Ok.

Ela: -É que você 'tá' tentando me colocar no meu lugar e... É por isso que eu preciso continuar em movimento... O futuro é meu e quem vai se dar mal é você, porque no fim, o passado não significa nada. Você me diz que eu 'tô' livre e depois me amarra e... Daqui das minhas correntes eu sinto pena.
-O que te custa usar a minha aliança? Se você não gosta de mim, por que não admite?
-Eu me senti meio mal hoje... E eu não tenho muito o que falar, mas você vai sentir a minha falta quando eu não estiver lá... E eu já nem me importo.
-A vida é formada de tentativas e erros, e isso eu espero, eu penso, eu sei. E se eu tivesse dado ouvidos a tudo que você fala de mim...
-Apesar disso, querido, eu tenho uma certeza: Você nunca mais vai esquecer o meu nome.

Ele: -Meu, isso é Oasis... Não é?

Ela: -É.

Ele: -Entendeu o que a letra significa?

Ela: -Aham...

Ele: -Ufa! Pensei que você 'tivesse' me dando um pé na bunda... Ainda bem que você parou de ouvir Ana Carolina...

Ela: -É... Rosas são rosas é o cacete!

domingo, novembro 22

Luto.

Uma pequeníssima parte de mim acaba de morrer. Deêm tchau pra ela: Tchauuuu parteeee!! Que descanse em paz. Mas vai mesmo viu? Detesto assombração.
Minha pobre mãe: "Tudo vai dar certo no final, Naná."
Tá mãe, disso eu tenho certeza, mas a questão é: Quando que é essa porra de final?

“E organizava planos com a inconsciência dos dezesseis anos, quando a vida se apresenta tão agradável que não admite possibilidades de derrota, quando um vestido bonito e uma cútis cetinosa parecem armas que vencem o destino.” – E o vento levou

“Foi nessa semana que Laila se convenceu de uma verdade: de todas as dificuldades que uma pessoa tem que enfrentar, a mais sofrida é, sem dúvida, o simples ato de esperar.” – A Cidade e Sol

“Que ninguém se engane. Só consigo a simplicidade através de muito trabalho.” – Clarice Lispector

“A vida é excessivamente breve para carregarmos nas costas os erros alheios. Cada homem vive sua vida e paga seu preço por vivê-la. Pena é que se tenha que pagar, efetivamente, uma e muitas vezes. Em suas transações com o homem, o destino nunca fecha suas contas.” – O Retrato de Dorian Gray

“É realmente monstruosa a maneira com que as pessoas, hoje em dia, dizem contra nós, nas nossas costas, coisas que são absolutamente verdadeiras.” – O Retrato de Dorian Gray

“O que havia de errado comigo que sempre me levava a pensar que eu nascera sem o manual de instruções para a vida?” – Los Angeles

“E não escrevam poemas de amor logo de cara. São os mais difíceis, deixem para quando tiverem uns oitenta anos. Escrevam sobre outro assunto... sobre o mar, o vento, um aquecedor, um bonde atrasado. Não existe isso de coisas mais ou menos poéticas. Entenderam? A poesia não está fora, está dentro. O que é poesia? Não posso responder. Olhe-se no espelho, a poesia é você. E vistam bem seus poemas, procurem bem as palavras. Escolham-nas! Pois a beleza começou quando alguém começou a escolher.” – O Tigre e a Neve

“Cada vez que Simon pensavam no bicho, surgia no seu intimo a imagem de um ser humano heróico e doente ao mesmo tempo.” – O Senhor das Moscas

Não me culpem por esse post dark gótico emo e o caralho, amigos. Eu não consigo ser outra coisa que não seja transparente.

sábado, novembro 21

When you wish upon a star...

2009 não foi NADA do esperado. Isso aconteceu só para mim ou para vocês também?
Na verdade, pensando agora, nem lembro ao certo os planos para 2009 em 2008. Sei que era algo muito diferente...Muito provavelmente incluía a USP, alguma namorada hiponga, uma vaga no EAD e coisas parecidas.
Mas veio 2009, nada disso aconteceu e as metas mudaram: incluiam coisas como começar a trabalhar, ou ir estudar em chicago, começar um curso de teatro e começar uma faculdade. Algumas aconteceram, outras, obviamente não. Mas enfim, jamais que, no meu singelo e pueril ano de 2008, eu me imaginaria como estou agora.
Não que esteja fazendo algo de muito louco. Muito pelo contrário. Mas as coisas estão acontecendo, e eu estou comprovando a cada dia como a vida é muito mais forte do que a gente.
Na verdade, já tenho outras metas, bem claras na verdade. Algumas permanecem desde 2008, outras novas surgiram no caminho. Muitos me falam para ter calma e pedir que elas aconteçam. Mas é lorota, eu preciso correr atras dessas coisas. E estou. Mas prefiro esperar que aconteçam para divulgá-las.
Minhas queridas amigas que estão na vibe dos vestibulares: calma, tudo dará certo, independente do que acontecer agora.
Agora, vou-me para o ensaio do Calunga, que por sinal, estréia segunda que vem!

sexta-feira, novembro 20

As duas coisas


Meu Primeiro dia aqui no blog, para postar...acabei de lembrar deste fato, por isso to meio que sem saber o que escrever...normal!! Aos poucos acho um assunto...começo com um e termino com outro, na maioria da vezes, bem diferente.
Tinha pensado em 'tempo'...como tema...mas putz....todos ja falaram muuuito disso..então, eu só queria comentar - pouca coisa- do que to sentido agora em relação a domingo, tcharaaaaan: FUUUUVESTT... pois é..todos estamos no mesmo barco cara(o) amiga(o) vestibulando....to meia: 'agora vai', 'agora não vai'.....é claro que a essa altura eu não devia estar com esse pensamento..mas comigo, isso ta sendo inevitável...

Até agora, tivemos que dar conta de muita coisa: estudar, aula de idiomas, estudar, teatro, estudar, aulas específicas, estudar, comer, estudar, estudar, estudar.... tudo tentando ter uma equilíbrio entre tudo...hora pra isso, hora pra aquilo, e meu....hora pra terminar tal prova....teeennsoo, mas o que está feito, está feito.....o tempo não volta atrás, bola pra frente, seja o que tiver de ser.
Que tudo fique bem, Boa prova/Boa sorte (desejo sorte do mesmo jeito, mesmo pra quem ache que desejar sorte não seja nada) e Bom domingo.


p.s: preciso dizer: respeite quem não quiser dizer seus pontos...se passou ou não pra segunda fase...pronto falei.
thanks =D

quarta-feira, novembro 18

Ficção de 2080


Dizer que estou sem tempo, não respiro direito, ando com dois livros de baixo do braço e não passo da página 50, que só ouço um cd na minha cabeça, e estou mais em débito com as pessoas do que em crédito, seria clichê. Estamos todos assim.

Um vislumbre do que poderia ser nosso futuro.

Era um outdoor onde se lia; “Aula de formação artística” - O mundo estava repleto de novas banalidades.

Hoje, aqueles com traços limpos e corretos demais devem tomar aulas para poluí-los e assim saber errar de forma artística.

Se seu traço é infantil, não quer dizer que ele tem cheiro de novo, que ainda não está corrompido, puro e pronto para se deixar influenciar por quem ele preferir. Não. Quer dizer que não há mais espaço para você e seu traço nesse mundo sujo, onde as coisas que são feitas de forma errada são os exemplos a serem seguidos.

Há aulas de música agora, só que para erros de acordes, para os dedos aprenderem a gaguejar, e a se sentirem inseguros na presença de um bom público.

Hoje são os rascunhos que ganham espaço nos jornais e são lidos, livros não são mais revisados. Uma massa incrível de editores demitida pelas ruas.

Uma sociedade não polida, e nem ao menos envernizada, ergueu-se pelos nossos pés e sobre nossas cabeças. Sem ser passada a limpo, cheia de erros e uma péssima caligrafia.

No passado diriam que isso poderia nos transformar em mais verdadeiros e sinceros, mas o que acontece é que estamos mais imperfeitos e cortados. Sujos e manchados.


Devemos receber calorosamente a nova autora do blog; Beatriz F. Oliveto que estará aqui as sextas. Seja bem vinda.

terça-feira, novembro 17

forever young

(...)

Que suas mãos estejam sempre ocupadas,
Que seus pés sejam sempre rápidos.
Que você tenha uma base forte
quando os ventos das mudanças voltarem.
Que o seu coração seja sempre feliz,
Que sua canção seja sempre cantada.

Que você fique para sempre jovem.

http://www.youtube.com/watch?v=khXa9MhpSvE

segunda-feira, novembro 16

Coincidencias!?

Desculpa pela postagem noturna mais hoje foi um dia daqueles.

Quem acredita em coicidencias?
Bom eu tenho um amigo que constantemente diz "-O universo não joga dados ao acaso".
Bom o Einstein diria que joga sim e dados quânticos (momento pré vestibulando a uma semana da FUVEST).

Bem vamos postular que elas existam, supondo isso existem GRANDES coincidencias, pequenas coincidencias ou apenas coincidencias?

O Aurélio define coincidencia como identidade ou igualdade de duas ou mais coisas. Então pronto não há grandes nem pequenas uma igualdade é uma igualdade e pronto não existe uma grande igualdade nem nunca a de haver.
Para você que fala esse tipo de coisa é melhor mudar os seus hábitos e passar a falar direito.

Brincadeirinha eu sou a favor de cada um falar da maneira que quiser contanto que saiba o erro que está cometendo.

Aabraço boa semana.

domingo, novembro 15


Vocês podem perceber que só tem nego sem tempo, cansando, sem tempo, sem dormir, neurótico, sem tempo, psicopata, e sem tempo por aqui. Tudo bem, isso acontece com todo mundo. Tudo bem né, fazer o quê?
Porém, ultimamente, esse “Fazer o quê?” vem acabando comigo. Eu fico revoltada com essa sociedade que conforme você vai ficando mais velho, mais sem tempo, sem personalidade e sem ideologia você fica!!!!! (rock_nathi mode off)

Essas besteirites me fizeram lembrar meus treze anos.
Vamos combinar, a fase dos treze anos pode ser comparada facilmente a uma doença. É unânime entre as pessoas que eu converso a opinião de que essa fase, que compreende dos 12, aos 14,5 anos, foi a mais sem noção.
Sem noção no sentido mais puro da expressão, em que todos perdem-na literalmente. Você, seus pais, sua casa, seu cachorro, todo mundo pira. Você consegue enlouquecer a todos a sua volta, é um dom.
É quando você fala “Eu te odeio” para pessoas que você ama, pelo menos duas.vezes por dia. É quando, se você tiver que apanhar entre os 10 e os 18 anos, 99% das vezes vai ser nessa fase. Você vai passar a maior parte do tempo com os braços cruzados, corcunda e unhas roídas (alguns vestígios ficam). É também o momento que você foge de casa, ou pelo menos tem a intenção de, até você perceber que não tem um puto no bolso e que esqueceu aqueles pacotes de Trakinas no armário, essa é a hora que você sobe a rua de volta pra casa. Tudo bemmm, tem quem já tentou fugir aos 4 anos de idade também, mas nesse caso, você tem pra onde ir (casa da sua avó, que ainda te acha bonitinha), todos ainda estão no seu lado (totalmente contrário ao caso em questão), e o seu porquinho tá cheeeeio de grana. Além disso, aos 4 anos, você não iria realmente fugir, se todos não te segurassem, você ia sentar no portão e chorar. Aos treze é diferente, você realmente está disposto a fugir! Ah! Se não fossem os pacotes de bolacha....
Eu aos treze anos

Tenho certeza que meus treze anos seriam um pouco piores se eu soubesse que 5 anos depois eu riria tanto deles.
Comecei cortando o cabelo. Queria mudar, mas minha mãe não deixava eu pintar de azul na ponta. Pensei: “O que eu posso fazer que ela não vai poder brigar comigo? Já sei! Vou cortar meu cabelo que é na cintura, bem curto, acho que ela nem vai perceber.”
Quando minha mãe me viu, ela teve certeza: tinha começado.
A fase rock começou pq eu comecei a gostar de um menino. Gostava mesmo, assumia. Coisa que, ahm, dificilmente, ahm, fariahojeprontofalei. O fato é que, vejam a situação, decidi, um dia, que iria começar a falar com ele. Ele era sei lá, da oitava série. Eu, bom....vocês sabem.
E sabem também como é a contra capa do caderno de uma pessoa na minha situação na época. HEITOR EU TE AMO. PUNKNATH ROCKHEITOR. NATH E HEITOR JUNTOS 4EVER. E AÍ, 9DADES? NATH H_TINHA.
Huahuahuahuahua, esses dois últimos não, mas eu não resisti. Voltando: Saquei uma caneta, estava com meu caderno na mão e me enchi que coragem.
- Qualé, Heitor, beleza?-
QUEM É VOCÊ, MINA ESCROTA???????
Cê gela.
- Oi Nath, beleza e você? (Ele sabe o meu nomeeeee)
- Ahm... tudo..... É.... VocêpodemepasserseuICQ? (ICQ cara....)
- Ah, anota ai: 632874082731658198753645773189-723175786374657815746***3827
Adivinha onde a anta anotou? Aham, na contra capa. Ele riu, é claro, mas eu achei que era porque eu tava tremendo. Também era, mas era mais por causa da contra capa, da qual eu só fui me tocar quando mostrei para a Mayara o que eu tinha conseguido e ela falou:
- Ele viu você anotando?
Levei um soco no peito quando percebi toda a merda. Tudo bem.
O fato é que, quando eu comecei a falar com ele, ele me passou uma lista de umas 400 bandas que ele gostava. E lá fui eu procurar todas no Google, baixar a discografia de todas, aiii... Não era fácil ser idiota.
Foi aí que eu comecei a só usar preto. Somente. Pedi um skate de natal. Usava bandana. Usava boné. Era muito loka. E o pior de tudo: Revolta geral. Eu queria tipo entrar para o partido comunista. Não que eu condene quem tenha ideologia, muito pelo contrário, mas eu não tinha noção do que eu estava fazendo. Do que eu falava. Do que tava escrito na minha camiseta. Foi difícil. Minha mãe nem esperava mais eu perguntar as coisas:
- Mãe posso......
- Não.
- Mas você nem sabe o que eu vou perguntar caralho porra!
- Olha o palavrão. O que você quer?
- Quero saber se eu posso sair pela madrugada bebendo e pixando o símbolo da anarquia nas vitrines das lojas porcas e capitalistas.
- Não.
- EU TE ODEIOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!! VOCÊ ME PRENDE EM CASA!!! NINGUEM AQUI ME ENTENDEEEE! O QUE VOCÊ QUER? QUE EU DEPENDA DE VOCÊ PRA SEMPRE??? SUA....SUA.... VACA.
Tupafff!
A primeira na cara. Depois dessa vieram varias tá? Só pra deixar claro. O legal foi quando eu comecei a escrever com letra de pixador.... Hhahahahaha, foi legal também.... é foi engraçado, ninguém entendia nada. E eu brigava muito com a Bia, porque ela desenhava o símbolo da anarquia no caderno:
- VOCÊ SABE O QUE QUER DIZER ISSO?? NÃO, ENTÃO NÃO DESENHA O QUE VOCÊ NÃO SABE. ESSES POSERS... HAM.
Na minha família era crise, mas tirando esses momentos citados acima, a exemplo dos da Bia, que é minha amiga até hoje, os com os amigos, na escola eram os melhores. Tirando o fato de eu ter mandando a professora de artes tomar no cu, e me revoltar porque a escola não queria expor um trabalho muito bem feito do meu grupo pq segundo ela “fazia apologia ao cigarro, bebida alcoólica e sexo”. Eu queria fazer uma revolução. Renan, Bia e Bárbara tiveram que me colocar em uma camisa de força para me impedir de fazer cartazes contra a direção e colocar na escola.

Mas não se engane, como já dito no texto, algumas coisas ainda ficam. Cuidado.
E aí, Unicamp, Beleza?

Juntem-se a mim.



Odeio supermercados. Eles são a grande burrice da humanidade. Há uma busca tão intensa por novas tecnologias, por meios de facilitar a nossa vida, mas ninguém pensa em solucionar essa grave problema. E ainda há o agravante para os infelizes como eu que moram em apartamentos.
O processo inteiro consiste em: ir até o supermercado, pegar um carrinho, ir de corredor em corredor, cocolar produto por produto no carrinho, ir até o caixa, tirar cada um dos 100 produtos e colocar no caixa, empacotar todos eles, colocar DE VOLTA no carrinho, pagar, levar até o carro, tirar cada umas das, sei lá, 30 sacolas, do carrinho, colocar todas no carro, ir até a sua casa (no meu caso, apartamento), tirar as sacolas do carro, colocar de volta em um carrinho, levar até a casa, tirar do carrinho, tirar das sacolas, para enfim, guarda-los nos seus respectivos lugares...
Sabe, precisa disso? É necessário que as pessoas parem de se preocupar com coisas como a AIDS, gripe suína, fome no mundo, baixos PIBs e desigualdade social, e parem para pensar nesse tipo sério de coisas, como a diminuição de etapas no processo de comprar.
Pensem nisso. Juntos, podemos mudar esse quadro.

quinta-feira, novembro 12

Variable frame rate - tá tudo em slow motion.


Galera no show dos Cosmonautas do dia 01/11 - Blackmore Rock Bar

Meu nível de cansaço é tamanho que eu tinha até esquecido que hoje era meu dia de postar aqui no blog.

Confirmando o que eu havia dito semana passada, dormir ESTÁ sendo uma doce ilusão. Como tínhamos que aumentar o repertório para o show de hoje, tivemos que ensaiar praticamentente todos os dias dessa última semana.

Terça-feira era o último dia de ensaio. Tínhamos decidido preservar a saúde (sim, músicos precisam estar bem de saúde para tocar!) e descansar na quarta. Após 45 minutos de ensaio na terça à noite, BLECAUTE. Tivemos que ensaiar na quarta.

O ensaio de ontem acabou às 3h da manhã. Isso quer dizer que eu dormi 2 horas e meia de ontem pra hoje. Isso também quer dizer que eu podia ter matado alguém hoje no caminho da faculdade (dormindo ao volante), que eu podia ter zerado minha prova de Direção de Fotografia hoje ou que eu não vou resistir a duas noites seguidas sem dormir e vou amanhecer um cadáver.

Não cheguei a matar ninguém hoje, mas quase atropelei um cachorro (felizmente, a culpa teria sido do dono do cachorro que, muito estupidamente, estava jogando uma bolinha NO MEIO DA RUA para ele buscar). Estou torcendo pra não ter zerado a prova de Direção de Fotografia (estou só fazendo drama, já que eu tenho certeza que fui bem na prova) e, principalmente, pra não amanhecer morto.

Numa tentativa de sobreviver, termino meu post por aqui e vou tentar dormir um pouco antes de ir para o Fidalga.

Se você quiser conferir o som dos Cosmonautas, hoje tem show no FIDALGA 33, que fica na Rua Fidalga, 32, Vila Madalena. Mulheres V.I.P. até 23hs (depois pagam R$8,00) e homens pagam R$12,00.

http://fidalga33.com.br/

http://twitter.com/cosmonautas_

quarta-feira, novembro 11

Caio! Eu falei blecaute!

Entrando na vibe dos quadrinhos...



Aqui estou eu juntamente com Mafalda, sentindo-me no meio de uma possível guerrilha. Desde quando?

Foi ontem por volta das 22h quado tudo começou; abajures piscaram, e pessoas pararam e levantaram seus olhos para ver. Até onde a vista podia alcançar estava escuro, um apagão, ou blecaute se preferir, deixou 18 estados brasileiros apreensivos e com cara de ‘e agora?’.

Preocupações de todos os gêneros foram levantadas, pessoas presas em elevadores, metrôs, trens e tróleibus parando, faróis piscando, favelas chegando, banhos de caneca, velas faltando, arrastões no Brás e Anhangabaú, pragas contra os novos fogões elétricos que tiraram nossos fósforos de vista e assim vai.

O pior é que ninguém tinha informações do motivo de tudo aquilo, porém o mundo todo sabia que estava acontecendo e consequentemente indagando se as Olimpíadas e a Copa deveriam mesmo ser aqui. – Muito bem Brasil, muito bem.

Twitters e a CBN viraram um dos poucos canais de comunicação, logo pessoas como eu, ficaram tensas ao ouvir de uma rádio, - uma rádio séria em quem eu estava acreditando em cada informação transmitida. Noticias como: “Acabamos de perder contato com São Vicente, a bateria do celular do nosso repórter acabou”, ou “Estamos obtendo essas informações através de twitters dos nossos ouvintes, já que nossos repórteres perderam a comunicação”. E agora? Era o que eu pensava. O país inteiro dependendo de poucas pessoas com suas baterias de laptops quase no fim, para avisar o que acontecia no Triangulo mineiro, Sorocaba ou na Barra!

Não demorou muito para as teorias surgirem, e elas tiveram um grau de criatividade genial, em minha opinião.

- Aliens. ETs. O que mais? Só podia ser isso, tinham invadido.

- Apagaram tudo para roubar o outro ENEM, lógico, quem faz uma vez, faz duas.

- Os homens de preto – MIB existem, algum problema com ets (novamente) e agora eles precisaram fazer um flash enorme para apagar a memória de quem viu.

- Tempestade climática em cima de Itaipu. – Parece que essa é séria.

Um ultimo fator que deixou Santo André município das calamidades, apreensivo novamente, foi que a termoquímica de Mauá estava com o fogo - aquele fogo que fica bem no alto – com, em vez de 20m de altura, algo próximo a 50m. E também não se sabia porquê. Imaginem vocês, que eu nem usei vela em casa de tão iluminado que ficou, e atenção, eu moro divisa com SBC.

E por ultimo não menos importante, há mais um fato que assustou.

E obviamente foi sobre pessoas perdendo a noção, porque simplesmente não entenderam as coisas direito. O comentário que ouvi mais de uma vez foi; “É, foi o Paraguai. Vamos lá bater em todo mundo, de novo, e mostrar quem manda! Exterminar de uma vez aquele lugarzinho barato, eles vão se lembrar do ano...”.

Gente, acho melhor não. Esqueçam uma nova guerra com o Paraguai, por favor.

terça-feira, novembro 10

segunda-feira, novembro 9

Vestiba


ÉÉÉ ontem começou a bateria 2009 de vestibulares estreiando como sempre com a VUNESP.

Bom não vou nem falar sobre o meu desempenho que para o que eu me candidatei (Geografia) foi muito bom, mais podia ser melhor.

PODIA SER MELHOR -a primeira neurose dos vestibulandos, tambem a mais comum.
-Acertei 89 de 90 questões, mais aquela uma la, puts que bobeira errar aquela.

O que leva a segunda neurose. NAO ACREDITO QUE EU ERREI ESSA!!, é essa a frase mais ouvida na saida de um vestibular.

Entre outras neuroses cronicas:
-SERA QUE EU VOU PASSAR??.....
-E ESSE ANO QTOS POR VAGA?.....
-A NOTA DE CORTE VAI CAIR, COM CERTEZA!!!! (Óh doce ilusão). ....
-É ENTÃO, COMECEI A FAZER AS PROVAS DOS ANOS ANTERIORES. (Traduzindo: não aguento mais estudar nada).

E tambem algumas autocorrupções que todos nós vestibulandos fazemos:
-VOU DORMIR SÓ DEZ MINUTINHOS. (que ja são 7 horas)
-NÃO, HOJE VO BOTAR TUDO EM DIA !(só se for o sono).
-NÃO, NÃO VOU SAIR NO SABADO PARA ESTUDAR.(os efeitos do alcool na corrente sanguinea)
-PUTS ESSA MATERIA É MOR DIFICIL NEH, AHHH RELAXA QUE NUNCA CAI (a não ser no seu ano) -qualquer coincidencia com a prova de ontem é mera coincidencia-
-VO SÓ FAZE UM POQUINHO DE CRUZADAS ENQUANTO ELE ESCREVE. (ueh o pssor ja foi?)


O raça de vestibulandos viu, são todos uns neuroticos por estudos, tarados por simulados que nao podem ver um exercicio de fisica na frente que ja querem resolver, não saem muito, sexo muito menos, e as poucas e raras bebedeiras no ano do vestibulando são sempre arruinadas pelo horrivel sentimento de culpa que toma o amago do seu ser como um porre homerico de vinho.

E tem gente que acha que na faculdade piora.

Abraço boa semana e boa sorte pros vestibulandos.

sexta-feira, novembro 6

Eu sei, ainda é sexta...

...Mas como hoje não terá post mesmo e como eu acabei de terminar um texto sobre arte telemática para um trabalho e, apesar de saber que ninguém vai ler até o fim, postarei aqui porque gostei do resultado final.


estudo de esqueleto e proporção humana - Sanguínea e Pierre Noir s/ A2

As mídias telemáticas e a possibilidade de integração entre espectador e obra - Renan Marcondes

O tempo julga e define a arte. Mas ela está sendo feita, e não só por quem a concebe, pois a arte é conseqüência de uma série de fatores sociais e culturais que resultam em um determinado tipo de expressão em determinado meio. Não há, principalmente na contemporaneidade, o conceito de “gênio criador”; da catarse individual e fruto unicamente da inspiração que gerará um obra artística. A arte apreciada por um grupo é fruto dele próprio – apesar de caber ao artista saber decifrar essas características comportamentais de uma sociedade e transmiti-las visualmente – e tem como função gerar para esse grupo sua própria auto-reflexão e contato consigo mesmo.
A questão da função da arte é muito discutida desde seus primórdios, e após milênios de produção, não há um consenso em relação à esse conceito: serve ora como registro, símbolo, compreensão do mundo, presentificação do homem, agente transformador ou até mesmo nada, visto que a arte em si não possui função utilitária (e só passará a ter ao tornar-se design). Porém, apesar dessa divergência conceitual, não há dúvidas que a arte é conseqüência de um meio social no qual o artista se encontra aliada a um meio técnico por ele utilizado para chegar no resultado obtido.
Os meios possíveis são os mais diversos, principalmente após tantos anos de pesquisa de materiais e desenvolvimentos tecnológicos que possibilitaram a criação de muitos meios para a produção artística, desde os considerados mais tradicionais até à junção do conceito de arte e tecnologia digital. Apesar da possibilidade do uso, como dito acima, acredito que nem todos os meios dialogam da melhor maneira com a proposta da contemporaneidade, pois a própria sociedade, apesar de certa recusa em aceitar o contemporâneo e as novas mídias em diálogo com a arte, não está estruturada para entender a função que uma pintura a óleo exercerá sobre sua cultura. Não digo isso no âmbito histórico, pois o que já foi produzido possui o seu valor representativo para a sociedade. Mas a produção atual precisa dialogar com os meios com o qual estamos habituados e que relacionam-se a nossa vida, afinal, o espectador precisa se relacionar com a obra de alguma maneira, caso contrário a obra não estará exercendo sua função básica de gerar algo no espectador.
Muito se discute sobre a influência da internet em nossas vidas como instrumento alienador, isolante regulador e fonte de falsas ou incompletas informações. Há sim um aspecto a ser considerado em relação a essa “obrigatoriedade” e da necessidade da informação direta na nossa sociedade, e conseqüentemente da internet, que aliando-se ao conceito de exclusão digital, revela um fator a ser melhorado em relação ao seu uso. Porém, não há como negar que, como meio telemático, a internet e as tecnologias a ela agregadas exercem um papel fundamental na constituição da nossa sociedade, criando verdadeiros ambientes paralelos de convivência e comunicação, onde há, dentro dessa “rede”, um conceito de poder pessoal de cada um que a manipula.
As redes que circulam pela internet, desde ORKUT, Facebook, Twitter, até games onde há a interação de diferentes pessoas, possuem um elemento de personalização e possibilidade de criação de um novo “eu”, ou de um avatar que o definirá. Apesar de muito se falar sobre a perda de privacidade em redes de comunicação, há por cada pessoa que o possui, uma criteriosa seleção de elementos que, compostos, irão “vender” e “promover” sua imagem dentro daquele mundo virtual. Essa capacidade de criação de uma (falsa) segurança sobre o que seria o verdadeiro eu em relação ao que se quer mostrar aos outros é um fator muito interessante pois condiciona todo um ciclo de relações entre as pessoas que antes não existia. Há uma seleção de contatos, de redes e relações que se baseia por essa criação do “eu” ideal, que é reflexo direto do surgimento da passagem da sociedade do ser para a sociedade do ter. Além disso, há a possibilidade de acesso e construção imediata do conhecimento e da informação, como no caso do youtube ou até mesmo da Wikipédia, que é construída por seus próprios usuários, ou seja, não possui a imparcialidade típica dos meios de informação, mas sim uma uma fusão gigantesca de opiniões, sub-conceitos e teorias embutidos em conceitos explicados, mesmo que inconscientemente.
Pode não parecer, mas a internet está cada vez mais humana. Não é o homem em si, mas é a tentativa de representar o que há de melhor em cada um, ou pelo menos o que há de mais vendável. Isso é extremamente interessante pois é conseqüência direta do aumento da competitividade, da necessidade de informação direta e de fuga de uma realidade muitas vezes opressora e incompleta.
Portanto, existe claramente, a necessidade de usar o computador, mais especificamente a internet, para levar a arte contemporânea as pessoas. Não se trata de coisas como criação de um site de fotos de arte na internet, mas algo que entre nesse meio irreal e que os alerte para essa produção de perfis e tipos inexistentes ou mutantes. O futuro da performance está dentro da internet, está nesse meio tão presente e tão pouco utilizado no quesito artístico. As possibilidades sem dúvidas são inúmeras, além da possibilidade de união entre artista e espectador, afinal, a internet é mutante e inconstante, e é alterada a cada segundo por um bombardeamento de novas informações e detalhes em seu design, portanto, sua arte será, quase que obrigatoriamente, o processo e a mutação do que é proposto pelo artista por quem se relaciona com essa obra.
Uma característica interessante é que uma obra de arte na internet inverteria de certa forma o conceito do efêmero, pois as obras efêmeras possuem a “ação” momentânea, mas sua proposta artística pode ser eterna, pode se manter. Na internet porém, há a possibilidade do surgimento de algo onde a ação é constante, e a própria proposta seria essa mutação, essa impermanência do que está presente pelas mãos do espectador. Ela também dissociaria uma problemática muito discutida atualmente, que é o conceito de museu e curadoria, visto que ela estaria disponível sempre e em qualquer lugar com acesso a essa tecnologia tão difundida atualmente.
Pouco foi desenvolvido em cima disso, ao menos pouca coisa que atingiu uma notoriedade representativa e realmente transmitiu a mensagem proposta. Temos com exemplo o trabalho Desertesejo, de Gilbertto Prado , que dialoga com as questões de solidão, sensação de contato e contato virtual de forma poética, ou o site de Juliet Martin, que fala sobre o tempo e sua relação em nossas vidas através de um questionário pessoal. As possibilidades que a internet oferece sem dúvida são muito maiores, e estariam sempre relacionadas a força que esse meio telemático tem em nossa vida no presente momento.
Para mim, apesar da explicação breve, ainda há inúmeros outros fatores que tornam a internet um meio tão fértil para o desenvolvimento artístico. A possibilidade de atingir todo um mundo que está conectado a essa tecnologia e alertá-lo das problemáticas dela mesma é sem dúvida algo que pode ser muito bem explorado, principalmente pelo fato de ser cada vez mais fácil fazer com que as pessoas tenham acesso ao que você quer mostrar à elas. Como dito anteriormente, para pessoas que agora se relacionam mais com o virtual do que com o real, é necessário achar algo que, virtualmente, aponte a problemática de seu próprio meio, portanto, o futuro da arte, principalmente de conceitos como performances e happenings terão que acontecer virtualmente e atingir primeiro a carcaça virtual de cada um para depois – e através disso - penetrar em sua consciência e realizar a função transformadora e reflexiva da arte.

quinta-feira, novembro 5

É isso.


Fui ao cinema sábado, assistir ao documentário This Is It. São registros dos bastidores, ensaios e preparações para a última turnê de Michael Jackson, que não ocorreu devido à morte do rei do pop.

Como documentário, acho que podia ser melhor, mas valeu à pena ter ido só para ver a banda e os arranjos incríveis. Fiquei bobo com a performance de Orianthi Panagaris (na foto), a guitarrista prodígio de 24 anos, de quem eu nunca tinha ouvido falar, que acompanhava MJ na turnê.

Essas próximas semanas não vão ser nada fáceis, uma vez que ainda tenho que gravar uma porrada de curtas e ensaiar feito um condenado para aumentar o repertório da banda. Isso quer dizer que dormir será uma doce ilusão.

Dessa forma, devido à minha falta de inspiração e necessidade de tirar músicas, acabo o post de hoje por aqui.

Se você não foi ao show dos Cosmonautas no domingo, azar seu. Perdeu um ótimo show. Se quiser se redimir, ainda dá tempo! Dia 12/11 (quinta-feira) tem show no FIDALGA 33, que fica na Rua Fidalga, 32, Vila Madalena. Mulheres V.I.P. até 23hs (depois pagam R$8,00) e homens pagam R$12,00.

http://fidalga33.com.br/

http://twitter.com/cosmonautas_

quarta-feira, novembro 4

Cólicas estomacais.

Como será que escolhemos nossas músicas favoritas? Como acontece essa sintonia entre nós e elas?

Com certeza é por algum motivo que está muito além de gostos musicais, já que temos uma forte simpatia por algumas composições, cuja a junção da letra e uma melodia nos fazem sorrir e ter um friozinho no estômago.

A música começa a tocar na rádio, a faixa chega no cd, o seu computador seleciona alternadamente e você arregala os olhos e diz; “Ah! Adoro essa música!” e começa a cantar; “From this day on I own my father’s gun...”.

É neste momento que se qualquer pessoa tentar conversar com você, perguntar o que for, você sempre acaba levantando a mão e fazendo sinal de espere um pouco. Olha para ela e continua cantando, interpretando, e claro, batucando nos momentos ápices – geralmente da bateria.

Por que será que só uma música nos faz sentir essas cócegas no estômago?

E não é para sempre. A gente ouve, ouve, ouve até enjoar e depois ficamos anos sem ouvi-la de novo. Ás vezes nunca mais voltamos, ás vezes pegamos certo carinho e se ela tocar de novo, soltamos um suspiro melancólico de “Eu já gostei tanto dessa música”, e preferimos então cantá-la baixinho.


Meu post é assim meio sem ligação e com erros, pois demorei nove horas ao todo para conseguir escrevê-lo. Para quem não sabe, não estou passando mito bem de saúde hoje. Com direito a soro e tudo, nem revisei.

Ontem o placar foi 2 sets á 3

O primeiro foi quando eu estava sentada em frente ao computador, tentando conseguir achar um arquivo para a Rosa lá do teatro. De repente um vulto! Ali estava na minha mesa, um gafanhoto do tamanho do meu dedo médio – só para vocês entenderem a gravidade da situação. Sai correndo com um vácuo no estômago. Gafanhoto 1 x 0 Humanos.

O segundo foi eu tentando implorar para o Tarik fechar a porta do quarto, já que meus pais não estavam em casa, ele teria que assumir a responsabilidade. Imagine se ele faria isso...

- Tarik, eu não estou me mantendo em pé! Estou doente! Só feche a porta...

- Eu? Com esse gafanhoto podendo estar em qualquer lugar do seu quarto? E cantando desse jeito?

Acabamos que meia hora depois, ele com um lençol e eu com uma almofada dando cobertura por trás, fechamos a porta calando toda aquela cantoria. Uhu. Gafanhoto 1 x 1 Humanos.

Foi então que a Nath me ligou e abriu-me os olhos. Sabe, eu moro no décimo andar, se um gafanhoto entrou aqui ele só pode ser o líder de todos, praticamente o Hopper da cidade grande. Ou seja, a batalha era muito mais séria do que parecia. E além do mais ela sugeriu que eu não o matasse, que para me livrar de toda aquele momento negativo eu o libertasse pela janela. Surreal.

O terceiro foi quando o Daniel me ligou e passou minutos repassando uma estratégia militar para que eu acabasse com o inimigo em três passos. Claro, que ele levou a idéia de morte ao animal mais a sério do que a Nath, e assim preferi. Entrei no quarto, não raciocinei, não pensei, só o acertei com um chinelo. Ele ficou manco. Gafanhoto 1 x 2 Humanos.

O quarto, meu pai chegou e achou o inimigo em cima dos meus livros, o acertou, mas ele sumiu logo depois. Gafanhoto 2 x 2 Humanos.

Resumindo, eu dormi na sala e pela manhã a Noeli o achou no meu quarto e o matou.

Oh vida severina.

terça-feira, novembro 3

Manhê, consegui. 'Tô' na tv!







http://blog.desfavor.com/2009/11/desfavor-da-semana-putaria-da-uniban.html

Depois do Rambo, outro orgulho Diademense.

Mas falando um pouco sério, como o Somir e a Sally disseram, é muito estranho todo esse alvoroço por causa de um vestido curto.
Eu acho que tem caroço nesse angu, alguma coisa 'tá' mal contada.
Senão, vai ser o Prêmio Maria Madalena do ano.

segunda-feira, novembro 2

2012

nesta sexta-feira, fui no cinema assistir Distrito 9, que é um filme muito bom porem não foi o que mais me chamou a atenção.

O que me deixou mais entusiasmado foi uma cena em particular do filme que está para estreiar chamado 2012, o filme é sobre aquela velha história que um dia derrepente tudo acaba e todos morremos uma morte horrível.

A cena é provavelmente uma das melhores que eu já vi, nela esta focada a capela cistina e então enquanto tudo está ruindo la fora e todos estão em volta da basílica rezando por suas almas, eis que aparece "A criação do homem" de Michelangelo e entre os dedos do homem e de Deus o teto começa a rachar e desmorona sobre todos os cardeais, representando a grande cisão entre Deus e o homem. Eu achei a cena espetacular e foi apenas o trailler, o filme na integra não deve ser la aquelas coisas mais essa cena sim.

http://www.youtube.com/watch?v=Hz86TsGx3fc ai está o trailler

abraço boa semana.

domingo, novembro 1

Além de Sócrates e Nietzsche

Doxa nº2 - Fotografia
Filósofo é tudo besta. Sério, filosofia, apesar de estra ganhando cada ves mais espaço no mundo acadêmico, na verdade não serve para muita coisa. Sim, eu sei que eu digo isso baseado em um pensamento contemporâneo influenciado pela compressão do tempo e espaço, e que sou fruto da época da informação instantânea e não necessariamente verdadeira. Mas tudo isso também é besteira.
Sério. Estamos a uns bons milhares de anos tentando definir as coisas sem lembrar de que elas são mutáveis e indefiníveis (viu?Já estou definindo-as de novo), e que as pessoas têm livre-arbítrio para pensar o que quiserem, e ter sua própria "doxa" - como diziam os gregos - até que me chega Platão e fala que não, que isso está errado, onde já se viu Sócrates desenvolver a maiêutica com as pessoas? Que absurdo! Vamos criar a Dialética e botar um fim nisso falando que existem dois mundos. Daí pronto, só vai ser verdade o que eu disser que for. Mas aí chega Aristóteles, papai da ciência, e diz que sim, nós devemos considerar as sensações que até antes eram falsas para chegar no real. E a gente fica nesse vai e vem até que chega Nietzche e fala que tudo é mentira, que a estética de Platão, que estava ligada ao conceito de bem e mal, é uma grande furada, que ela está disassociada disso, funciona sozinha e tá lá de boas no canto dela. Para piorar, essa semana chega meu professor e diz que Sócrates foi um personagem criado por Platão para difundir seus próprios pensamentos(teorias da conspiração a mil, por sinal, 78% dos meus alunos acreditam que Michael Jackson está vivo. Depois conto os porquês)
Sim, refutar pensamentos é um exercício e tanto para a mente, mas até onde se chega com isso? A livros baratos de auto-ajuda? Anos de contradição e pensamentos redigidos terminaram criando uma sociedade que adota o livro "O segredo" como guia? Algo de errado aconteceu e, ou os pensamentos não foram corretos ou as pessoas não o compreenderam e resolveram se esquecer deles.
Sério, precisamos dar um jeito na Filosofia.

E considerem isso como escrito no sábado, Ok?

Quanto mais a gente procura, mais a gente quer procurar.


Receio que esse blog esteja ficando um tanto “familiar” demais devido aos meus posts e os da Ba. Mas eu tenho que contar a história que uma sopa rala de frango (minha avó desaprendendo a cozinhar) rendeu na hora da janta. Achei a relato de como meus avós se conheceram bem bonito, nada demais. Se vocês procurarem saber, a história dos seus avós é bem legal também, enfim, senta e escutaê.

(Os ditos cujos)


Coragem homem!

- E aí vô, como você chegou na vó?
“Nem me alembro”
Eu queria muito descobrir como era a primeira palavra da paquera no passado, nem venha me dizer que era: “E ae, broto?” porque não era. Era feio fazer isso.
- Você lembra vó?
“Claro que eu lembro.”
Claaaro. O fato é que minha avó passava todos os dias, para ir à escola onde trabalhava, na frente da quitanda onde meu vô chupava laranja. Vejam só que sedutor. Hoje, ela (e toda a família) briga quando ele chupa laranja. Eu não sei como ela pôde gostar daquilo, sinceramente.
Ele morava algumas casas a frente da dela, e ficava na varanda, tomando arzinho. E ela indo trabalhar. Sério, só podia ser de propósito que ela passava tanto assim na frente dele.
- Tá vó, mas como vocês começaram a se falar??
“A mãe dele gostava de mim.”
Ela dizia que minha avó era uma boa moça, trabalhadora. Convenhamos né, se ela não passava de propósito então ela era muuuito trabalhadora mesmo, porque toda e qualquer paquera rolava assim.
Meu vô sempre foi cara de sinuca, de cerveja. Isso nos remete a um garanhão, bonitão, que fica olhando sem vergonha nenhuma e comentando alto com os amigos de bar. Sim, esse era ele, e até eu o achei muito bonito na foto que ele estava com 20 anos. Ou seja, o metelão da vila.
Tá, pode até ser, mas ele tinha um problema: não conseguia chegar.
- Como assim vô, você tinha vergonha?
“Ah! Eu tinha. E também eu não sabia qual escoiê.”
Segundo eles, muitas meninas davam em cima dele. Mas assim, em cima mesmo. Não eram que nem a minha avó que só ficava olhando. Essas meninas iam no bar, jogar conversa fora, o que na época era uma super dada de mole. Mas mesmo assim, a velha dificuldade surgia. Meu vô podia falar qualquer coisa para elas, que elas iam, na hora. Mas ai é que tava, ele não falava nada.
- E você acabou escolhendo como??
“Teu vô tirou no papelzinho.”
“Ahhhhhh, é verdade. Isabel, agora cê me amostrô lembrança, heim! Cê me amostro memória! Foi isso mesmo, tirei a letra p”
Não, não era para vocês entenderem. Eu mesmo indaguei:
- Que p?
“P de professora”
O fato foi que um dia, ele e os amigos dele tiveram uma grande idéia: Sortear. Já que o amigo supostamente metelão não desencalhava, estava ficando feio para eles.
Elas eram em quatro:
p – Professora, minha avó. Ele achava que ela era professora, pq ela ia para escola toda arrumada, mas na verdade ela era servente...
f – Forte. Era uma morena boazuda que ia lá. Ele diz que ele só colocou ela pq ela era gostosa, tinha tudo grande.
i – Ida, vizinha dele. Colocou pq era uma das únicas mulheres que ele conversava, e só conversava porque era vizinha de muro. Provavelmente, só ela falava.
A outra ele tentou lembrar durante meia hora, não conseguiu. A minha avó ficou feliz.
Tirada a letra p, faltava agora o maior desafio: Ir à porta da escola.
Mas você sabe, essas coisas têm de ser feitas e como o meu vô, palavras dele: “Nasceu nu e tá vestido”, foi lá resolver a parada.
- E qual foi a primeira frase que você falou pra ela??
“Num me alembro, já disse.”
Nenhum dos dois lembrou ao certo. Mas também, depois de tudo isso, minha dúvida não seria esclarecida. Eu queria saber como as pessoas geralmente faziam essas coisas, e depois de conhecer toda a crise do meu avô, percebi que qualquer frase não faria parte do “geral” que eu queria saber. Mas eu queria mais.
- E onde vocês costumavam namorar?
“No aeroporto.”
Hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahah

De primeira eu também ri. Mas sabe, eu amo ficar vendo avião decolar e aterrizar, fazer isso acompanhado é melhor ainda. Mas eles gostaram tanto, e era um prazer tão comum aos dois que eles fizeram disso um hábito. Conversar, namorar e ver avião. Achei o máximo.
No final da conversa os dois estavam com dor de cabeça.
Ah, e eles nunca viajaram de avião.