domingo, novembro 15


Vocês podem perceber que só tem nego sem tempo, cansando, sem tempo, sem dormir, neurótico, sem tempo, psicopata, e sem tempo por aqui. Tudo bem, isso acontece com todo mundo. Tudo bem né, fazer o quê?
Porém, ultimamente, esse “Fazer o quê?” vem acabando comigo. Eu fico revoltada com essa sociedade que conforme você vai ficando mais velho, mais sem tempo, sem personalidade e sem ideologia você fica!!!!! (rock_nathi mode off)

Essas besteirites me fizeram lembrar meus treze anos.
Vamos combinar, a fase dos treze anos pode ser comparada facilmente a uma doença. É unânime entre as pessoas que eu converso a opinião de que essa fase, que compreende dos 12, aos 14,5 anos, foi a mais sem noção.
Sem noção no sentido mais puro da expressão, em que todos perdem-na literalmente. Você, seus pais, sua casa, seu cachorro, todo mundo pira. Você consegue enlouquecer a todos a sua volta, é um dom.
É quando você fala “Eu te odeio” para pessoas que você ama, pelo menos duas.vezes por dia. É quando, se você tiver que apanhar entre os 10 e os 18 anos, 99% das vezes vai ser nessa fase. Você vai passar a maior parte do tempo com os braços cruzados, corcunda e unhas roídas (alguns vestígios ficam). É também o momento que você foge de casa, ou pelo menos tem a intenção de, até você perceber que não tem um puto no bolso e que esqueceu aqueles pacotes de Trakinas no armário, essa é a hora que você sobe a rua de volta pra casa. Tudo bemmm, tem quem já tentou fugir aos 4 anos de idade também, mas nesse caso, você tem pra onde ir (casa da sua avó, que ainda te acha bonitinha), todos ainda estão no seu lado (totalmente contrário ao caso em questão), e o seu porquinho tá cheeeeio de grana. Além disso, aos 4 anos, você não iria realmente fugir, se todos não te segurassem, você ia sentar no portão e chorar. Aos treze é diferente, você realmente está disposto a fugir! Ah! Se não fossem os pacotes de bolacha....
Eu aos treze anos

Tenho certeza que meus treze anos seriam um pouco piores se eu soubesse que 5 anos depois eu riria tanto deles.
Comecei cortando o cabelo. Queria mudar, mas minha mãe não deixava eu pintar de azul na ponta. Pensei: “O que eu posso fazer que ela não vai poder brigar comigo? Já sei! Vou cortar meu cabelo que é na cintura, bem curto, acho que ela nem vai perceber.”
Quando minha mãe me viu, ela teve certeza: tinha começado.
A fase rock começou pq eu comecei a gostar de um menino. Gostava mesmo, assumia. Coisa que, ahm, dificilmente, ahm, fariahojeprontofalei. O fato é que, vejam a situação, decidi, um dia, que iria começar a falar com ele. Ele era sei lá, da oitava série. Eu, bom....vocês sabem.
E sabem também como é a contra capa do caderno de uma pessoa na minha situação na época. HEITOR EU TE AMO. PUNKNATH ROCKHEITOR. NATH E HEITOR JUNTOS 4EVER. E AÍ, 9DADES? NATH H_TINHA.
Huahuahuahuahua, esses dois últimos não, mas eu não resisti. Voltando: Saquei uma caneta, estava com meu caderno na mão e me enchi que coragem.
- Qualé, Heitor, beleza?-
QUEM É VOCÊ, MINA ESCROTA???????
Cê gela.
- Oi Nath, beleza e você? (Ele sabe o meu nomeeeee)
- Ahm... tudo..... É.... VocêpodemepasserseuICQ? (ICQ cara....)
- Ah, anota ai: 632874082731658198753645773189-723175786374657815746***3827
Adivinha onde a anta anotou? Aham, na contra capa. Ele riu, é claro, mas eu achei que era porque eu tava tremendo. Também era, mas era mais por causa da contra capa, da qual eu só fui me tocar quando mostrei para a Mayara o que eu tinha conseguido e ela falou:
- Ele viu você anotando?
Levei um soco no peito quando percebi toda a merda. Tudo bem.
O fato é que, quando eu comecei a falar com ele, ele me passou uma lista de umas 400 bandas que ele gostava. E lá fui eu procurar todas no Google, baixar a discografia de todas, aiii... Não era fácil ser idiota.
Foi aí que eu comecei a só usar preto. Somente. Pedi um skate de natal. Usava bandana. Usava boné. Era muito loka. E o pior de tudo: Revolta geral. Eu queria tipo entrar para o partido comunista. Não que eu condene quem tenha ideologia, muito pelo contrário, mas eu não tinha noção do que eu estava fazendo. Do que eu falava. Do que tava escrito na minha camiseta. Foi difícil. Minha mãe nem esperava mais eu perguntar as coisas:
- Mãe posso......
- Não.
- Mas você nem sabe o que eu vou perguntar caralho porra!
- Olha o palavrão. O que você quer?
- Quero saber se eu posso sair pela madrugada bebendo e pixando o símbolo da anarquia nas vitrines das lojas porcas e capitalistas.
- Não.
- EU TE ODEIOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!! VOCÊ ME PRENDE EM CASA!!! NINGUEM AQUI ME ENTENDEEEE! O QUE VOCÊ QUER? QUE EU DEPENDA DE VOCÊ PRA SEMPRE??? SUA....SUA.... VACA.
Tupafff!
A primeira na cara. Depois dessa vieram varias tá? Só pra deixar claro. O legal foi quando eu comecei a escrever com letra de pixador.... Hhahahahaha, foi legal também.... é foi engraçado, ninguém entendia nada. E eu brigava muito com a Bia, porque ela desenhava o símbolo da anarquia no caderno:
- VOCÊ SABE O QUE QUER DIZER ISSO?? NÃO, ENTÃO NÃO DESENHA O QUE VOCÊ NÃO SABE. ESSES POSERS... HAM.
Na minha família era crise, mas tirando esses momentos citados acima, a exemplo dos da Bia, que é minha amiga até hoje, os com os amigos, na escola eram os melhores. Tirando o fato de eu ter mandando a professora de artes tomar no cu, e me revoltar porque a escola não queria expor um trabalho muito bem feito do meu grupo pq segundo ela “fazia apologia ao cigarro, bebida alcoólica e sexo”. Eu queria fazer uma revolução. Renan, Bia e Bárbara tiveram que me colocar em uma camisa de força para me impedir de fazer cartazes contra a direção e colocar na escola.

Mas não se engane, como já dito no texto, algumas coisas ainda ficam. Cuidado.
E aí, Unicamp, Beleza?

4 comentários:

  1. Nossa, gente. Está cheio de erros, perdoem-me a pressa.

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  2. hahahahahahahaha

    O pior foram os meses que revoltada, com pouco cabelo e presa numa cadeira de rodas, ainda sim queria pixar as transnacionais.

    Ai deuses.

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  3. Quem lê isso acha que eu tava com câncer...

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