quarta-feira, outubro 21

Perdendo o controle

As pessoas têm uma forte tendência a virarem animais em momentos de pânico, medo, pressão, e outros em que sua sobrevivência esteja em jogo.

Por mais que pareça, que na maioria das vezes somos pessoas equilibradas, - não estou dizendo normais, mas apenas com a sanidade e o senso de noção ativado -, basta um pequeno empecilho no caminho para acharmos que toda nossa vida está em jogo ali e agora.

Situações em que envolvam distribuição gratuita de algo, principalmente comida, filas que do nada são desfeitas e viram uma multidão, ou conseguir um lugar sentado no ônibus depois de pegar dois metrôs. Favorecem massacres e corridas de sobrevivência entre nós.

Filas. Como não falar delas? Filas para entrar no estádio de domingo, para comprar ingressos que você precisou penhorar suas roupas para conseguir, ou de parques de diversão onde você escolheu o dia mais lotado, e se deu conta que só vai conseguir ir na Montanzoshnevernevers e derivados uma só vez.

Tudo está comum até o momento em que a sua fila parece estar organizada, até que... Abrem-o-portão-e-uma-multidão-corre-lateralmente-pela-fila; “Nãããããoo eles vãão passar na freente!” – você vê seu amigo gritar em câmera lenta. De repente, algo te move e você corre como nunca e de forma ridícula. Apóia nas cabeças de alguns infelizes pelo caminho, bate sua mochila na cara de gestantes, toma a bengala de um senhor e a usa para derrubar mais três pessoas. Tudo para chegar num lugar de privilégio, erguer a bengala no ar em símbolo de vitória, e ficar com o rosto visceral botando medo nas pessoas, em volta. Parece meio exagerado, mas você sabe que é a verdade. Claro que depois com calma, bate a vergonha e você pensa por que agi assim? Principalmente quando tirou a bengala do senhor e exibiu aquele sorriso demoníaco no ar. Pois é, isso se chama pânico momentâneo.

No trânsito, temos que tomar cuidado com inúmeros fatores, mas há alguns de extrema importância que esquecemos, e acabamos sofrendo um desgaste emocional desnecessário.

Como manter-nos longe de; senhores dirigindo com chapéu – ele provavelmente será surdo e meio cego, logo não vai te ver. Mulheres na faixa etária de 40 anos – não importa o quanto você sinalize e implore para uma passagem, ela sempre vai achar que deixa-lo passar é um sinal de submissão, e ela não é escrava de ninguém não! Ela tem o próprio dinheiro, ela trabalha, leva os filhos na escola... -. Ônibus – eles acham que fila é que nem coração de mãe, sempre cabe mais um. O problema é que ele equivale por mais 20, e se esquece disso. Moto – todo mundo sabe que eles brotam, e na dúvida se tem alguma ou não atrás de você, sempre tem. E por fim, como se não bastasse o trânsito já ser um lugar de pressão, vocês tem que tomar cuidado com pessoas como eu, que estão tão preocupadas com esses fatores, que esquecem de dar seta.

Essas são só duas situações independentes que depois que passamos por elas, achamos que poderíamos ter morrido, ou que foram desnecessariamente perigosas, e no fim perdemos 20 Kg em cinco minutos.

Se eu tenho algum conselho para você? Nenhum, sou só mais um ser-humano com instintos fortes de animais, correndo pelas veias.

4 comentários:

  1. E eu não consigo prestar atenção em placas. Para mim, são só parte da paisagem.

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  2. Senhores de chapeu...hauahuahuahuahuahuahua

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Adorei Ba...
    Apesar de ser muitoo verdade...rs...ri tanto quando vc falou das filas:
    "(...)Principalmente quando tirou a bengala do senhor e exibiu aquele sorriso demoníaco no ar(...)" uahsuahsuahs
    mucho bom!!!

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