sexta-feira, dezembro 18

Na loja

(aprendi a botar imagem... agora ninguém me segura)



Beleza, né. Fui lá trocar meu celular já que o meu sumiu... Aí coisa vai, coisa vem, peguei a senha, esperei meia hora, fui atentido. Vendedora simpática, não muito bonita, mas simpática. Oh, que coisa, papai esqueceu o cartão do estacionamento no carro, tudo bem, ele vai pegar. Atenção, a coisa começa aqui:

- Que bonito seu celular novo, é... Fernando, né?
- Isso, Fernando... Bonito mesmo, gostei do plano do preço, etc... haha
- Maravilha. Cê num qué pegá meu telefone pra gente sair por aí?

Na minha cabeça: “...Pegá meu telefone...”, “...Sair por aí...”, “...Bonito seu celular”, “...Sair por aí”, “...cê num quer meu telefone...”, “...Pegá...gente...por aí...”, ...”por aí...”, ... por aí...”

NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO!

PAROU AÍ, CHEGA! Tava simpática, tava legal, tava muito loko, mas dar em cima do cliente?
Na boa... Tava duas horas de pé, aquela mulher nada podia fazer por que o sistema deu problema, um calor desgraçado e um cheiro de gente suada que empesteava a loja... Sem contar o pagodezinho que tocava de fundo, e as vendedora dançando, cantando, olhando pros outros vendedores, feinhos, mirradinhos, incompetentezinhos que nem sabiam sequer abrir uma caixa, que olhavam pras vendedora tentando ver se rolava alguma coisa, qualquer coisa, toneladas de gel, creme, maquiagem mal feita, o suor excessivo do dono da loja (um gordo tarado que ficava olhando pras bunda das minina lá...), uma sujeeeeeeira no chão, desorganização, barulho demais (elas cantando, eles rindo alto). O cheiro dos hormônios e de espinhas juntou-se ao cheiro da loja, e aquilo virou uma domingueira do Cabral... Um caos...

Tô tão...GRRRR... que vou até falar onde fica a loja. É no Metrópole, no final do corredorzão, do lado da Vivo-mãe, e de uma papelaria de lá...

Mas o ponto é: Cadê o atendimento especializado que eu esperava encontrar aqui?
Lojistas, não é porque chegou o natal que é pra sair contratando qualquer nego que pintar na porta da loja.
Para se dar bem nos negócios é preciso primeiro investir no lugar, comprar decoração, ter variedade, etc. Em seguida treinar o atendimento e os funcionários, e só depois é que se pode ver os lucros nascendo, pequeninos no começo, e tendenciosos a subir na medida em que a loja evolui...
E não, não estou pedindo muito. Aliás, estamos pagando por isso. Se o atendente não é bem treinado corre-se o risco do cliente nunca mais voltar àquela loja e ainda por cima espalhar para todos que conhece sua péssima experiência naquele lugar (vide eu aqui).
Se o trabalhador não gosta do trabalho, vê aquilo como um mal necessário, então temos um problema... ou melhor, ele tem um problema.
Falo isso por que minha família tem negócios, e vira-e-mexe sempre tem aquele atendente que mancha a reputação de um lugar. E por mais genérico que isso pareça, a coisa toda é muito mais frágil do que se pensa.
Investir para depois ganhar. Plantar para colher os frutos. É óbvio desde a Bíblia ao Manual do Bom Empreendedor, de Roberto Justus. Foi o que nos tirou das cavernas e nos fez construir cidade e etc...
Mas a cultura brasileira nesse quesito é muita atrasada. Desde o Brasil colônia vê-se a aversão ao trabalho manual. A nossa evangelização por vias católicas também tem um dedo nisso. Para evoluir é preciso mudar. E para mudar serão outros 500.

Na mesma noite do atentado apareceu-me uma mensagem da Vivo. “Dê sua nota para o serviço que lhe foi prestado na nossa loja, é muito importante para nós. (essa mensagem não será cobrada)”. Mandei um 8. Porque por mais desagradável que possa ter sido toda essa experiência, foi muito bom saber que você é querido por alguém que você acabou de conhecer.
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E olha, não tem nada a ver com o tema do texto, mas tive um insight nesse final de semana: a Joelma do Calypso é a Lady Gaga brasileira:









Um comentário:

  1. Eu acho que eu ando muito atrasada no quesito paquera... Vou rever meus conceitos.

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