segunda-feira, dezembro 14

Vergonhinha

OK! Já me reclamaram de sexta. Mas deixa eu me explicar. Eu não tenho internet em casa. Daí que eu posto aqui na escola. Escrevo em casa, salvo no pen-drive e posto na escola. Simples. Mas veja o que me aconteceu sexta passada: Tava lá, todo satisfeito com meu texto, quando eu abro o arquivo do pen-drive e... TCHARAAANS... Cadê o texto? Cadê o MEU texto? Passei os 15 minutos seguintes rolando no chão e fazendo barulhos indecifráveis. Mas, eis que me lembrei dele: Rafael Batista. O azarão da quinta-feira. Afinal, se ele pode postar um dia depois, porque eu não posso postar dois dias depois, ahn?
Aí Rafão, esse texto é prá você, hein...

Começemos:

O fato de passar vergonha é natural, como já diz aquela propaganda de cerveja... Mas! O fato de se se lembrar delas é... amazing!
Cê ta lá, super de boas, querendo nada da vida, quando você sente. Lá vem ele. Seu coração bate: Tum-tum, tum-tum... Silêncio. A cena se repete mais de uma vez, e você ouve tudo daquele fatídico dia, inclusive o que você estava pensando na hora quando aconteceu, o que inclue sua própria mente te convencendo de que aquilo vai dar certo. 100% de sucesso, mas não, foi aquilo mesmo. Cê já fica desesperado, tentando olhar outra coisa, qualquer outra coisa. Uma cadeira, uma calça, seu tênis, aaaaaah, qualquer coisa! Mas não, quando ele vem, vem com tudo...O desalmado, o temido, aquele que não deve ser nomeado: A lembrança do mico...
Ok, Calma. O negócio agora é calma! Movimente-se devagar, não esqueça de respirar. Agora, quanto ao dito-cujo... Você tem certas coisas a fazer para que nem tudo esteja perdido, haber:
1. Primeiro, desfaça essa careta sua, agora. A careta da lembrança. Se o negócio foi feio, então todos os seus músculos da face irão traduzir o que foi que aconteceu, e quem te ver não vai entender e vai querer saber o porquê, então tira.

2. Se você faz o tipo dramático, você:

2.1 Junte seu dedo indicador, polegar e médio. Abaixe ligeiramente a cabeça em sinal de ressentimento. Coloque seus dedos na região do terceiro olho, e aproveite o momento.

Se você curte o tipo brincalhão, ria e:

2.2 Junte suas mãos. Abaixe a cabeça, e ajeite as pontas dos dedos na testa. Só isso tá bom.

3. Ok, agora reflita sobre o que você fez. Essa é uma parte muito importante. Mas seja rápido. Tipo, rapidão. O suficiente para se tirar uma lição disso tudo, mas não demore tanto para que tal lembrança não grude na sua cabeça e por lá fique até sabe quando...

4. Certo, passou? Então siga sua vida.

5. Não passou? Sabia! Faz isso então: Bata em alguma coisa, mas tipo, fique com raiva de você. “Por que eu fiz aquilo!?” ou “Por que eu não fiz aquilo!?” são pensamentos válidos. Espera um pouco, que passa. É batata.

Mas saindo da parte cômica de todos os meus textos, e indo para a parte filosófica, a parte em que eu tento dizer alguma coisa, e torço para que achem inteligente:
Somos todos frutos de tudo o que vivemos. Das piores e das melhores partes. Nossa ideologia vem do que lemos e associamos à vida e às comparações da realidade. Nossos pensamentos provêm da construção de nosso ser, desde pequenininhos.
A vergonha também faz parte dessa construção. Na parte 3 de meu pequeno guia para situações embaraçosas, a reflexão é a parte mais importante pois é justamente a reflexão que transforma o pensamento, nos convence do que é o melhor e amadurece a alma.
Agora, imagine-se não vivendo tais situações. Cadê a graça da coisa? Aprendi refletindo que sem experimentação a coisa toda desanda e não tem evolução. Sem evolução não tem crescimento. Sem crescimento não tem vida. E sem vida, têm nada. É clichê, eu sei, mas é verdade.
E que tal se, daqui prá frente você tirar o “e se...” e botar o “Yes, why not...”, hein? Tô nessa onda bem agora, nas vésperas dos meus 19 anos, que foi quando eu olhei prá trás e percebi que nem metade daquilo que eu queria ter feito eu fiz. Vergonha? Talvez. Pode ter sido caretice mesmo, ou a crença de que alguém se sentiria incomodado pela minha existência. Mas deixar de viver a sua para viver a do outro é coisa de bocomoco...
Faz o seguinte: levanta da onde você tá e grita com a pessoa mais próxima do seu lado. Vale uma risada, uma bronca, uma palavra qualquer, etc, mas grita. Ela vai ter que te engolir, mesmo pensando que você é louco. Afirma tua existência! E pensa que você sempre vai se lembrar desse texto, pois quando você gritar alguma coisa aí na sua cachola vai fazer o favor de guardar esse momento para uma posterior careta, que estará inspirada na lembrança dessa leitura, bem como nas ações de seus atos.
E prá terminar, assista o filme “Sim, senhor”, que você ri pelo fato de que Jim Carrey não é você, e o alívio de se sentir livre de tais situações é relativo à vergonha que se passaria se você fosse o cara... E pensando aqui comigo, se Jim Carrey é o homem das caretas, imagina você quanta vergonha ele deve ter passado na vida... Pois para mim ele é o homem mais feliz do mundo.

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